Lembra das “molas malucas” que desciam escadas sozinhas? Pois o físico Rod Cross demonstra algo um tanto mais bacana que elas podem fazer.
Se você segurar o topo de uma mola maluca, deixando que ela se estenda, e então soltá-la, o que acontece? Ela cai, certo? Certo.
Mas preste atenção na parte inferior da mola, que no vídeo acima ainda segura uma bola de tênis.
Como o Coiote até perceber que já passou pelo precipício, a bola fica estática no ar! A gravidade deixou de agir sobre ela? A explicação, na continuação.
A resposta é ainda mais fantástica do que anti-gravidade. Porque o conjunto como um todo, mola e bola, em verdade cai como qualquer outro objeto cai quando solto no ar. A gravidade é inexorável. Mas a parte de cima da mola mantém a parte de baixo com a bola no ar… ao cair!
Como algo caindo pode manter outro algo no ar? Mais física de desenho animado?
Para entender isso um pouco melhor, veja como a parte de cima da mola cai em um piscar de olhos. Ela está se acelerando mais rápido do que uma queda livre, movida tanto pela gravidade quanto pela tensão da mola. Se você soltasse uma pedra, ela demoraria mais para percorrer a mesma distância que o topo da mola. É essa aceleração mais rápida que acaba sustentando a parte inferior — incluindo a bola de tênis — parada no ar por algumas frações de segundo.
De certa forma, é algo como os desenhos animados: a informação de que a parte de cima da mola foi solta leva algum tempo até chegar ao seu final. Até que isso ocorra, o centro de gravidade do conjunto está caindo, apenas na mola isso se traduz na parte inferior parada enquanto a parte superior se acelera cada vez mais rápido.
Agora pense na ideia de que se um dia o Sol deixasse de existir, levaria 8 minutos até que qualquer efeito disso fosse notado. Nossa estrela está a 8 minutos-luz de nós.
Neste hipotético sumiço do Sol, durante oito minutos nosso planeta orbitaria o campo gravitacional de uma estrela que não existe mais. Maluco, não? E o mais maluco é que o Sol não precisa deixar de existir para que isso aconteça. A gravidade que orbitamos é a deformação no espaço-tempo gerada há 8 minutos. A luz que nos banha escapou da fornalha solar há 8 minutos.
O mesmo vale para todas as estrelas no céu, uma enorme coleção de molas malucas soltas no tempo que levam milhares de anos até que seu final chegue aos nossos olhos.
Como o Coiote, ao percebermos isso, podemos perder o chão. [Dica do 8!]