Google, a centésima marca do DM

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Olá pessoal!

Chegamos hoje à centésima marca publicada no Dicionário das Marcas desde seu reinício como coluna do excelente blog Sedentário e Hiperativo.

Para marcar a ocasião eu tenho duas surpresas: a primeira é que falarei hoje somente do Google, marca que considero como a mais influente da atualidade. A segunda é um arquivo com a compilação das definições dos nomes de todas as marcas publicada até agora!

Você pode fazer o download desse arquivo clicando aqui.

Sobre o Google, aprecie a história deles no post que se inicia logo abaixo.

Obrigado!

Eduardo Nicholas

GOOGLE – Estados Unidos. Internet. 1998.

googlelogoVocê saberia dizer o valor de um número 1 seguido por cem zeros? Não? Então eu explico. A história desse número começou em 1938 quando os matemáticos Edward Kasner e James Newman escreviam um livro chamado Matemática e Imaginação. Lá pelo meio da obra eles se depararam com um numeral enorme, composto pelo número 1 e seguido por cem zeros. Para continuar escrevendo eles tinham duas opções: ou chamavam a coisa de “dez elevado à centésima potência” ou inventavam um termo para se referirem ao número.

Como a segunda opção tornaria o texto mais compreensível, os dois passaram a procurar uma nova palavra. Mas, sabe como é, os matemáticos não são bons com as palavras e a tarefa foi se tornando muito complicada. Então no melhor estilo “ah, qualquer nome serve” eles chamaram o garotinho Milton Sirotta, sobrinho de Kasner, então com oito anos. Pediram ao moleque que ele dissesse um nome, um nome qualquer. Ele então soltou um grunhido que soou parecido com o termo googol. A palavra acabou indo para o livro e virou moda no meio matemático.

Alguns anos depois, em 1995, dois estudantes de Stanford se conheceram no campus. Eles eram Larry Page e Sergey Brin e a primeira conversa dos dois foi terrível, eles não conseguiam concordar em nada. No entanto essa foi só uma primeira impressão ruim, tanto que depois de se formarem em Ciências da Computação os dois foram trabalhar juntos. Seu primeiro serviço foi para a própria Universidade de Stanford, um buscador chamado BackRub.

A quantidade de informações no sistema da universidade era enorme e vez ou outra o BackRub não dava conta. Pesquisando uma maneira de melhorar o software, eles chegam a um novo buscador bem mais eficiente. É claro, uma nova ferramenta precisa de um novo nome. Então eles procuraram um termo que pudesse exprimir a enorme quantidade de dados que seriam analisados. A escolha natural foi googol, levemente modificado para um termo mais sonoro, Google.

E qual foi a grande invenção da dupla? Para entender vamos falar do Yahoo, primeiro buscador popular da Internet. Ele funcionava a partir de um enorme diretório de sites, os quais eram cadastrados pelos seus donos e analisados pela empresa. Isso formava o que podemos definir como uma grande lista de sites da rede. Ao internauta acessa o buscador e procurava a página, no melhor estilo “localizar” do Windows.

Acontece que logo outros buscadores surgiram, esses capazes de vasculhar cada site da Internet sem a necessidade de qualquer cadastro pré-existente. Essa foi uma grande revolução, mas o caso é que os dados vinham desorganizados, sem qualquer organização que diferenciasse a relevância das páginas. Sendo assim, se você buscasse o termo Petrobras, poderia aparecer em primeiro lugar na pesquisa qualquer site com esse termo, sem pesar sua relevância em relação ao termo e a página oficial da empresa.

Larry e Sergey resolvem essa questão com uma sacada simples e genial: eles fizeram um buscador que organiza os sites encontrados, dando a cada um deles um determinado peso de relevância. Como esse peso é calculado? Levando em consideração três fatores:

1 – Quantas vezes o termo aparece dentro de determinado site. Se aparece 100 vezes, é bem provável que o site tenha grande relação com o assunto/termo procurado. Se aparece só uma vez, o contrário.

2 – Tempo em que a página está na Internet.

3 – Quantos links há na Internet para determinado site. No exemplo da Petrobras, existem muitos sites que falam sobre a empresa e grande parte deles contém um link para sua página oficial (www.petrobras.com.br). Desse modo o Google consegue saber que várias páginas apresentam um link direcionado a uma página só, gerando um valor de relevância para essa página que é foco dos direcionamentos de outras páginas.

Desse modo, o site que tem uma relevância maior de acordo com os critérios acima aparece no topo da página com os resultados da pesquisa. Simples e genial, pois é raríssimo não ter o site mais relevante em primeiro lugar.

É claro, depois do enorme sucesso com seu excelente buscador, a Google passou a investir em outros tipos de sites, também muito úteis. Daí saíram o Google Maps, Docs, Gmail, Analytics, entre muitos outros.

Hoje é sem dúvida a empresa mais relevante no ramo da informática.

Curiosidades de Sobremesa

1 – Etimologistas afirmam que o termo googol teve como inspiração um personagem de histórias em quadrinhos chamado Barney Google. O sobrinho de Kasner era fã desse gibi e, na hora de falar, não soube pronunciar direito.

2 – A empresa, que começou com um capital de 100 mil dólares, já tem valor de mercado próximo aos 100 bilhões de dólares.

3 – Diz a lenda que o sistema criado por Page e Brin foi esnobado pela Yahoo, na época dona do maior buscador da internet. Na verdade, muitos dizem que o maior pecado do Yahoo foi ter começado com um buscador e depois esquecido de desenvolvê-lo, tendo a empresa se ocupado demais em investir nos seus serviços de e-mail, notícias, entre outros.

4 – Milton Sirotta morreu em 1981 sem saber que o nome que inventara tornaria-se o nome de uma das marcas mais conhecidas e importantes do mundo.

5 – O googol é igual a 1 decalhão à terceira potência vezes dez!

 

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