Hadouken: hedonismo por diversão

formulaindie2

A banda de hoje não é legal apenas por seu nome que presta uma homenagem ao glorioso Ryu, do Street Fighter. Mas que isso é um belo cartão de visitas para geeks/nerds, ah isso é.

Falo do Hadouken!, banda inglesa (tão nervosa quanto o golpe homônimo) cujo segundo disco chega às lojas agora.



O motivo que me faz gostar deles é o motivo que os levaria para o paredão, caso a banda fosse um participante do BBB: eles estão, basicamente, em cima de um muro musical.

Isto porque o novo disco encaixa bonito em uma balada house/industrial. Mas se você tira as bases eletrônicas, o que fica é a versão enlouquecida e desbocada de um Linkin Park ou de alguma banda rock semelhante. Isso pode apavorar uns, encher outros de ódio mas, no fim das contas, diverte pelo improvável.

Então, se você é do tipo de pessoa que passa mal naquelas festas onde tudo o que se consegue distinguir são as batidas e não há nenhum vocal (passei por esta experiência não faz muito tempo e juro que tentei arrancar meus ouvidos com o cadarço dos tênis) não saia correndo. Ainda.

Porque,  sim, o som deles é para pistas, mas numa levada que tira algumas pessoas do sério (críticos de meia-idade, por exemplo).

Ainda assim, o primeiro álbum, Music For An Accelerated Culture, tornou-se queridinho em grande parte da Europa. Mas, talvez porque esta é uma banda que parece estar mais preocupada em assustar do que fazer amigos, o novo álbum -ironicamente batizado For The Masses- é tudo menos uma tentativa de se tornar popular.

O disco novo segue perseguindo o grime. Ainda sem levar a sério nem o movimento por trás deste gênero nem a banda em si. Hedonismo é a palavra de ordem e aqueles que não gostam do som tem respostas bastante ásperas do vocalista, como “Tell that to my face boy, I’m gonna fuck your face up” e “Get out my way when the riot kicks off, you can’t stop this”.

Como o quinteto não lançava disco desde 2008, havia uma certa espera pelo segundo filho. Algumas das novidades antecipadas pelo vocalista James Smith: sons de vídeo games estariam fora. Letras contendo observação social (algo muito grime de ser), fora. No lugar, e com ajuda do Noisia, muita bateria e baixo enfurecidos mas sem o BPM do drum’n bass. Por fim, Smith prometeu um disco que assustaria avós, falaria de guerra nuclear e soaria bem em um clube ou em um celular.

E não deu outra. O disco é agressivo, barulhento, nervoso e as letras, bem, deixariam qualquer avó, pai, mãe ou vizinho de cabelo em pé. Combinadas, guitarras e programações eletrônicas criam uma atmosfera sombria até na faixa mais “pop”, Lost.

Ouça Turn The Lights Out, M.A.D, Lost, Mic Check e esqueça do mundo. Pelo menos até o fim do disco.