Compras coletivas e o ‘fio dental usado’ na comida

Depoimento tirado de uma publicação compartilhada hoje em meu Facebook pessoal. Achei tão interessante que resolvi compartilhar aqui no Sedentário.

Antes:
Quando algum representante de um site de Compras Coletivas visita um comerciante, para justificar ao ‘parceiro’ abrir mão de toda sua margem de lucro e ofertar um produto/serviço com 50% de desconto, onde ele irá receber apenas 25% da venda, o representante enfatiza a publicidade que o estabelecimento receberá com a vinda de novos clientes motivados pela promoção. Costumam dizer: “Você irá propiciar uma nova EXPERIÊNCIA para um novo cliente, que irá conhecer seu restaurante e depois retornará pagando o valor normal dos pratos”. Porém não alerta o empresário para situações adversas e nem limitam a venda de cupons de acordo com a capacidade do estabelecimento.

Em casos como o do depoimento abaixo vejo mais responsabilidade do site de Compras Coletivas do que do empresário, cegado pela lábia do vendedor e fechar mais um grande oferta com 50% de desconto para o site de compras coletivas.

A nova EXPERIÊNCIA para um novo cliente

“Ontem, 04/11/12, minha família e eu estivemos no restaurante Morro dos Ventos, em Chapada dos Guimarães para almoçar. Havíamos adquirido um cupom através do site Groupon que dava direito a uma galinhada para cinco pessoas. Eu havia ligado três dias antes para realizar o agendamento, porém fui informado que naquele dia o atendimento seria por ordem de chegada.

Chegamos ao restaurante aproximadamente às 12h. Ao colocar o nome na lista de reserva, tinham mais de 40 famílias antes da nossa, mas segundo a funcionária, estava indo ‘até rápido’. Mesmo assim decidimos esperar, afinal o lugar tem uma ótima reputação e é muito bonito, dessa forma as fotos do passeio compensariam uma pequena espera.

Aguardamos por 3 horas (!) até conseguirmos uma mesa. Nesse período, que ainda foi agravado por uma forte chuva, vimos escancaradamente o despreparo dos funcionários para lidar com a situação que se formou: havia muitas pessoas no local, que não estava preparado para atender; as poucas áreas cobertas tornaram impossível a espera em um dia chuvoso; havia pouquíssimos funcionários atendendo, totalmente despreparados, sendo grossos, gritando com clientes e demorando muito para atenderem aos pedidos (um simples refrigerante levou 25 minutos para chegar).

Já estávamos muito impacientes e famintos, afinal, nessa altura do campeonato, já eram quase 17h e ainda não havíamos almoçado. Ouvimos rumores de que, além de tudo, a comida estava ruim, e minha tia decidiu ir até a cozinha para checar as condições do local.

Enquanto isso, o cliente da mesa ao lado achou um fio dental no meio do seu prato. Ficamos horrorizados, afinal como um objeto que deveria estar em um cesto de lixo de banheiro foi parar na comida de alguém? Nesse momento minha tia voltou da cozinha horrorizada. A cena que ela viu era digna de um criadouro de porcos: os garçons traziam de volta os restos de comida deixados nas vasilhas pelos clientes que já haviam ido embora e era tudo jogado de volta na panela onde estavam sendo preparadas as refeições de novos pedidos. Aí entendemos como o fio dental acabara no prato do rapaz.

Um total desrespeito com o consumidor, um absurdo do ponto de vista comercial e um caso digno de autuação da vigilância sanitária. Fomos embora, após 5 horas de espera, frustrados, revoltados, nervosos e com a certeza de que nunca mais voltaríamos ao Morro dos Ventos.”