Depois do Grande Festival da Cerveja da Grã-Bretanha, em Londres, todos os presidentes das cervejarias decidem sair pra tomar uma. O presidente da Corona senta e diz: “Hola señor, eu gostaria de beber a melhor cerveja do mundo, a Corona”. O barman tira o pó de uma garrafa e a serve. O CEO da Budweiser diz: “Eu gostaria de beber a melhor cerveja do mundo, me dê uma ‘King Of Beers’, a Budweiser”. E o barman lhe entrega uma garrafa. O presidente da Coors então diz: “Vou beber a única cerveja feita com a puríssima água das montanhas rochosas, me dê uma Coors”. E a garrafa lhe é servida. Então o chefe da Guinness senta e diz: “Me vê uma Coca-Cola”. O barman toma um susto, mas serve o refrigerante. Os outros presidentes das cervejarias perguntam incrédulos: “Por que você não vai beber a Guinness?”, e o presidente da Guinness responde: “Bom, já que vocês não vão beber cerveja, também não vou…”.
Vejam que a piada mostra como é difícil comparar as cervejas européias com as demais. E entre todas as do Velho Continente, existe uma irlandesa que se destaca. É claro, são muitas as concorrentes. Podemos discutir eternamente sobre determinadas qualidades ou fraquezas de cada uma delas, porém nenhuma terá a aura da Guinness.
Depois de ler quase 70 e-mails com alguns textos enormes, cheguei ao nome da cerveja Guinness. Muitas candidatas excelentes foram apresentadas, no entanto essa irlandesa mostrou todos os atributos de uma vencedora: notoriedade, qualidade e tradição. Na semana que vem publico aqui o texto completo e para não ser injusto garanto que vou falar um pouquinho também das outras ótimas sugestões de marcas. Ah sim, o nome do vencedor! Isso só chega na semana que vem! Se você indicou Guinness, mantenha as esperanças!
Eu não queria finalizar a série Cervas da Europa sem primeiro fazer mais um dos tradicionais concursos do Dicionário das Marcas! A proposta dessa vez é a seguinte: a parte 3 do texto está aberta, ou seja, não tenho ainda a cerveja a ser publicada. Fica à cargo de um de vocês me indicar qual será essa marca. Como fazer isso? Mandem um e-mail para o [email protected] com seus melhores argumentos dizendo porque tal marca de cerveja deve ser a escolhida. Textos breves ou longos, não importa. Vai valer quem for mais criativo e mostrar conteúdo! O prazo vai até a próxima terça-feira (06/04), meio dia. Quem apresentar os melhores motivos vai ganhar um livro maneiro (foto), o Guia Ilustrado Zahar – Cerveja, editado pelo Michael Jackson (esse é outro!).
Qualidade é mais importante que boa propaganda? Boa propaganda é mais importante que qualidade? Existem exemplos dos dois casos. Certamente você deve conhecer aquele produto sem qualquer ação publicitária, mas que no entanto é conhecido por todos. Por outro lado existem também as mercadorias baseadas no puro marketing. Outro dia ouvi um senhor dizer ao neto numa pizzaria, enquanto o garoto pedia um refrigerante: menino, toma um suco. Refrigerante é uma droga. Se isso fosse bom você tomava quente e sem gás, mas não é o caso. O vovô tem razão? Tomaríamos refrigerante sem propaganda? Se pensarmos que essa indústria é uma das que mais investem em publicidade, surge a dúvida… De qualquer forma existem os casos que unem qualidade com boa propaganda. Na história da Stella Artois isso ficou bem claro e o mesmo aconteceu com a Heineken. Em 1864 no coração de Amsterdã havia uma cervejaria de nome De Hooiberg (o palheiro). Lá era produzida uma cerveja vulgarmente conhecida como “cerveja do trabalhador”. Não era uma marca, mas um conceito, uma bebida concebida para a massa.
A maioria das religiões cristãs não aceita muito bem a ingestão de bebidas alcoólicas. Apesar disso, o consumo de álcool sempre esteve ligado ao Cristianismo, em especial o do álcool contido no vinho. O primeiro milagre realizado por Jesus? Transformar água em vinho. O que se bebe durante o ritual da Eucaristia? Vinho. A Bíblia nunca citou a cerveja. Mesmo assim, a Igreja Católica tem sim suas ligações com as brejas, incluindo com uma das mais famosas delas, a excelente Stella Artois.
Como isso aconteceu? Voltemos ao longínquo século XIV, na cidade de Leuven, atual Bélgica. Por aquelas bandas desde 1366 já existia uma pequena cervejaria chamada Den Horen, pioneira na fabricação de cerveja em Leuven. Não era nada demais, apenas uma pequena fábrica que abastecia os botecos locais. No entanto, tudo começou a mudar alguns anos depois quando o Duque de Brabant resolveu mandar uma carta para o Papa Martinho V. O Duque, conhecido também como João IV, era um grande estudioso e por isso via na educação uma ótima maneira de desenvolver seu país.
Mais um mistério resolvido aqui no Dicionário das Marcas! Resolvido? Será mesmo? Recebi vários e-mails de pessoas que entraram em contato com a Nissin e receberam como resposta algo inusitado: a palavra miojo não tem qualquer significado. Não é a primeira vez que isso acontece. Na busca pelo nome Sonrisal a GlaxoSmithKline usou o mesmo argumento. Porém, os leitores do DM não desistem facilmente. Muitos deles ignoraram o discurso oficial e partiram em busca de respostas definitivas.
Fizeram leituras em japonês, acharam no lixo embalagens antigas de macarrão instantâneo, tudo para revelar o grande segredo. E eis que entre todos os esforçados internautas, saiu vencedora a Bruna Casimiro Siciliani, lá de Porto Alegre. Ela deu uma explicação baseada em dados seguros. No entanto, isso não a livrou de uma conclusão chocante: Nissin e Miojo aparecem juntas na embalagem, mas na verdade são empresas adversárias! E mais, só as conhecemos por causa da outra empresa concorrente, a Ajinomoto!
Dias de pesquisa para publicar o texto que fiz sobre Momofuku Ando, gênio fundador da Nissin, inventor da maneira moderna de produzir macarrão instantâneo. Eu pesquisei a história, falei da marca, trouxe várias informações legais. No entanto, do mesmo modo que aconteceu com Sonrisal, não consegui achar o significado da palavra Miojo. Quando isso acontece aqui no Dicionário das Marcas vocês sabem, eu recorro aos leitores. Sabem também que quem me ajuda sempre ganha algum prêmio…