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Pedro Schmaus

Carros e Capitalismo Parte 3: General Motors

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General Motors – Estados Unidos. Veículos. 1908.

gmSe Ford inventou a indústria automobilística e Toyoda aprimorou a linha de montagem, como diabos a General Motors passou tanto tempo na frente dos dois? Tudo graças a um homem chamado Billy Durant. Com grande talento para vender de tudo, Durant se empolgou com o novo mercado de automóveis e resolveu se concentrar na área. Conseguiu um emprego numa pequena fábrica chamada Buick Motor Company, até então um negócio com poucas vendas. No entanto, o talento de Billy como vendedor aqueceu a produção e logo ele juntou capital para comprar o controle do empreendimento.

Naquele período os Estados Unidos tinham milhares de fábricas de automóveis, todas sedentas por alcançar fortuna no novo mercado. Porém, passado o período de euforia, esses pequenos negócios começaram a entrar em colapso. Durant se aproveitou disso e passou a comprar todos pagando preços módicos. Assim surgia a General Motors, um aglomerado de fábricas que com o tempo incluiu a Chevrolet, a Cadillac, a Oldsmobile, entre outras. Na verdade, essa grande variedade de empreendimentos sob o mesmo teto deu à GM seu diferencial. Várias fábricas, vários tipos de carros. E enquanto Ford produzia carros iguais, sem segmentar os consumidores, a Toyota estava ainda muito longe para interferir no maior mercado de todos, os EUA. Assim a GM surge entre os dois, adotando a linha de montagem de Ford, porém opta por construir carros diferentes para diferentes tipos de consumidores.

Carros e Capitalismo Parte 1: Ford

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FORD. Estados Unidos. Automóveis. 1902.

fordVocê provavelmente já está bem crescido para saber que vive num sistema econômico chamado capitalismo. Se não sabe, deve pelo menos ter noção de que esse sistema é movido pela alta capacidade de produção e pela conseqüente alta rotatividade das mercadorias. Nada mais óbvio: se alguém produz muito, deve vender muito. E para vender muito, alguém deve estar disposto a comprar.

No entanto, talvez lhe seja desconhecida a informação de que o nosso alto padrão de consumo em termos quantitativos se deve a um engenheiro mecânico chamado Henry Ford. Ele era um cara que gostava de construir coisas, em especial automóveis. Por conta própria construiu um modelo movido à gasolina e mostrou ao patrão Thomas Edson, o famoso inventor. Edson era um grande visionário e logo viu que o carro de seu empregado tinha futuro. Ford ficou tão empolgado que pediu demissão e foi procurar dinheiro para construir sua própria fábrica de automóveis.

O blue jeans da Levi’s

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LEVI’S – Estados Unidos. Jeans. 1873.

levisDizem os entendidos de moda que se a pessoa usar calça jeans e camiseta ela estará bem vestida em qualquer lugar. Eu até concordo, mas o fato é que usar jeans antigamente não era coisa de gente cool, era coisa de marinheiro mesmo. No século XVI, em Gênova, o pessoal dos barcos usava calças muito grosseiras, feitas de algodão e tingidas de azul índigo. A roupa era grossa e resistente, perfeita para os marinheiros da época, que provavelmente só teriam grana para comprar uma única calça durante a vida toda.

Essas qualidades do tecido interessaram os franceses. Lá a invenção era chamada de bleu de Genes, expressão que significa literalmente “azul de Gênova”, referência à origem e à cor comum da roupa. Para azar de Gênova a França gostou tanto do jeans (termo inspirado na pronúncia de Genes) que logo passou a dominar seu processo de fabricação. A cidade que tinha as indústrias mais desenvolvidas do setor era Nimes. Por causa disso, com o passar do tempo, o tecido até adquiriu outro nome: sarja de Nimes (serge de Nimes), mais tarde denominado apenas como Denim (de Nimes).

O Denim (jeans) fazia muito sucesso na Europa por causa de suas muitas qualidades e baixo preço. Atraía principalmente trabalhadores braçais pobres, os quais precisavam contar com uma roupa resistente e que ao mesmo tempo oferecesse algum tipo de proteção ao corpo. Nesse tempo, já no século XVIII, o jeans não era muito popular como calça, mas sim vendido no formato de macacão. As coisas começaram a mudar quando o ponto fraco das roupas feitas em jeans foi solucionado. Para entender o que aconteceu, antes é preciso revelar algo chocante. Por incrível que pareça, a pessoa que deu o nome à calça Levi’s não teve o papel mais importante no processo que revolucionou o uso do jeans. Na verdade outras três pessoas foram responsáveis por isso: Jacob Davis, James Dean e Calvin Klein.

Pfizer e Viagra

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Olá pessoal!

Se você acha que a indústria farmacêutica está quebrando a cabeça para curar as doenças do mundo, pense duas vezes. Entenda primeiro que, se não der lucro, não sai remédio. No passado até surgiam algumas curas, como por exemplo no caso de Albert Sabin e sua vacina contra a poliomielite. Porém, em certo momento eles notaram que esse não era um bom plano. Por isso atualmente não se fazem mais vacinas, criam-se tratamentos. Ora, a vacina não é tão lucrativa, não é verdade? Melhor tratar o paciente durante anos em vez de curá-lo com uma injeção. Descobrir a cura do câncer? Achar finalmente um remédio para a AIDS? Vacina para combater a malária? Que nada! Eles vão para onde está o lucro: no bolso dos velhinhos ricos e com disfunção erétil ou dos playboys interessados em implementar seu desempenho sexual na balada!

Aproveitem!

Eduardo Nicholas

Pfizer e Viagra – Estados Unidos. Medicamentos. 1849/1998.

viagrraCharles Pfizer deixou a Alemanha para tentar a sorte nos Estados Unidos. Na intenção de ajudar um primo, também chamado Charles, abriu um laboratório com ele, mesmo sabendo que seu parente era um simples confeiteiro. Como isso poderia dar certo? Deu certo quando os dois Charles perceberam que fazer medicamentos poderia ser muito parecido com cozinhar. Enquanto um preparava a fórmula, o outro pensava num modo de produzi-la em larga escala. Passaram os anos fazendo isso, concebendo e distribuindo insumos para fabricação de remédios. Um dia veio o golpe de sorte: a Guerra Civil Americana fazia suas vítimas e cada um dos soldados precisava de medicamentos.

Seria a Fanta um refrigerante Nazista?

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Olá pessoal!

Há 70 anos alemães e russos invadiam a Polônia, ação inicial do que mais tarde a II Guerra Mundial. Seria possível escrever sobre várias marcas que surgiram durante esse período, algumas delas bem importantes. No entanto, uma vez que nos últimos dias tivemos posts bem “pesados” (armas, cigarro, uísque), decidi trazer um assunto mais ameno, apesar da palavra “nazista” no título. Falaremos então da Fanta, a alegria da criançada durante o almoço, o mais famoso refrigerante de frutas do mercado.

Aproveitem!

Eduardo Nicholas

FANTA – Alemanha. Refrigerante. 1940.

fantaAs grandes empresas são instituições internacionais interessadas em vender seus produtos, independentes de determinados valores morais. Durante uma guerra uma companhia pode ficar milionária se atuar em um dos lados do conflito. No entanto, o negócio certamente se tornará bilionário se a empresa souber jogar com os dois lados. Assim fez a Coca-Cola na Europa durante a II Guerra Mundial. Logo após o início das primeiras batalhas, ficou impossível para a Alemanha importar o xarope base da bebida.

Sendo assim eles tinham um grande problema nas mãos, pois tinham uma fábrica, porém nada de matéria-prima. Max Keith, gerente da Coca-Cola Company na Alemanha, decidiu que seria muito melhor inventar outro xarope e fabricar qualquer coisa, desde que o maquinário não ficasse parado. Keith contratou um químico e deu uma ordem simples: invente uma bebida fácil de ser fabricada e que tenha como base somente os produtos disponíveis aqui na Alemanha. Schetelig, esse era o nome do químico, correu numa fábrica de cidra e notou que lá sobrava um refugo da prensagem de maçãs. Eu outro local descobriu um soro que sobrava da fabricação de queijos. Fazendo mágica no laboratório, Schetelig conseguiu dar um gosto decente (ou não) a essa estranha mistura.

Johnnie Walker e Jack Daniel’s

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Olá pessoal!

Já falamos de cigarros e armas. O que falta agora? Parafraseando Homer Simpson, falta falar do álcool, a causa e a solução de todos os problemas da vida! Eu pensei em tratar de vinhos ou cerveja, mas como a coisa toda veio seguindo uma linha cowboy (Marlboro, Colt), então eu resolvi falar de uísque. E dessa vez não entrarei em polêmicas! Só deixarei no ar a pergunta: se umas drogas são legalizadas, por que outras não?

Aproveitem!

Eduardo Nicholas

JOHNNIE WALKER – Escócia. Uísque. 1820.

jwJohn Walker se viu sozinho no mundo aos 15 anos, logo após a morte de seu pai. A família tinha uma fazenda, mas Walker não podia cuidar da propriedade, pois lhe diziam que ele era muito jovem. No entanto sua pouca idade não o impediu de vender as terras e usar o dinheiro para abrir uma pequena mercearia. Lá ele vendia de tudo, bem no estilo secos e molhados. Para complementar a renda, John começou a produzir uísque em uma destilaria improvisada. Os clientes gostaram muito da bebida, que acabou ganhando naturalmente o nome de Johnnie Walker, apelido de John. Em 1852 uma enchente destruiu a loja de Walker. Seus filhos Alexander e George aproveitaram o gancho e o convenceram a abandonar a mercearia. Os dois viam no uísque a melhor oportunidade de fazer um negócio realmente lucrativo. Sua estratégia foi clássica: investir no aprimoramento do produto e depois fazer boa propaganda.

Colt – A arma que tornou os homens iguais

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Olá pessoal!

coltCerta vez li uma entrevista do presidente da Gun Owners of America, Larry Pratt (aqui). Defensor do porte de arma, Pratt afirma que o problema do mundo não são as pessoas armadas, mas sim as pessoas desarmadas. De acordo com ele, se todos tivessem armas na cintura 24 horas por dia todo mundo pensaria duas vezes antes de entrar numa briga. Larry exemplificou assim seu ponto de vista: lembram do massacre da Escola Columbine? É unânime a opinião de que aquilo aconteceu por causa do fácil acesso a armas nos Estados Unidos. No entanto, Pratt sustenta que aconteceu porque existem pessoas que ainda insistem em andar desarmadas. Se todos os professores da escola estivessem armados naquele dia, eles poderiam ter reagido e matado os agressores, diminuindo o número de vítimas inocentes. Gente louca sempre vai existir e sempre vai achar um jeito de matar, independente de acesso à arma ou não. O importante é que as pessoas boas tenham condições de se protegerem, diz ele. Tem gente que concorda com o Larry Pratt, tem gente que discorda. Uma vez que meu negócio é falar de marcas, deixo essa reflexão por conta de vocês, sem me esquecer de apresentar um sobrenome que proporcionou ao mundo o acesso fácil às armas de fogo: Colt.

Aproveitem!

Eduardo Nicholas

COLT – Estados Unidos. Armas. 1836.

“Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais”. Com esse slogan a marca de armas mais famosa do mundo conquistava os corações de todos os machões que rumavam para o Oeste dos EUA em busca de oportunidades e aventuras. E não era para menos. Em 1836 o inventivo Colt criou uma arma de fogo capaz de dar cinco ou seis tiros em seqüência, algo que melhorou muito seu desempenho e sua taxa mortalidade.

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