All Posts By

Rafaela Gomes

Crítica Deadpool ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Essa é uma das valiosas vezes em que os fãs conseguem exatamente o que querem. Aquele breve momento onde absolutamente tudo para, menos o som fanático daqueles que sabem muito bem o que estão dizendo. Por diversas ocasiões, os estúdios procuram direcionar a opinião do público, erroneamente pecando justamente naquilo que tantas vezes foram previamente alertados pela opinião popular. São boas ideias com péssimas concepções finais. Produções horríveis, que tinham tudo para dar certo se ao menos tivessem percorrido pelos locais onde sua audiência de fato está: na Internet. E graças a ela e todos aqueles que se manifestam nela, 2016 começou com aquele que, não surpreendentemente, já se tornou uma das melhores adaptações de quadrinhos para o cinema. Com vocês, o vulgar, pretencioso e debochado Deadpool.

d3

Humor ácido, tão azedo a ponto de se tornar doce em nossos lábios, o filme de Deadpool é uma extensão saborosa de todos os teasers, trailers do trailer e aparições divertidíssimas que contemplamos ao longo do ano de 2015 na Internet. Fruto dela e de seus fãs, a nova produção da Fox (detentora dos direitos do personagem), feita em parceria com a Marvel Studios, acerta naquilo que muitos chamariam de erros. Politicamente incorreto, arrogante, ofensivo e nada, nem um pouco, amistoso, Ryan Reynolds traz seu humor sarcástico e irônico – típico das entrevistas que sempre deu – para as telas, dando vida a um novo tipo de herói que reúne o que há de mais sujo em um personagem, tornando o anti em uma espécie de super. Seja lá qual for o tipo de ‘super’.

17 Diretores e seus atores favoritos

Todo cineasta possui suas peculiaridades e seu estilo de filmagem, que sempre envolvem um bom entrosamento com o protagonista da produção. Estes 15 diretores que selecionamos possuem sua alma gêmea profissional, que não apenas os entendem como também funcionam na tela como nenhum outro ator. São 15 parcerias, milhares de filmes e muito amor envolvido. Confira!

17 – Tony Scott e Denzel Washington

 Quantidade de filmes no currículo: 5

 Parceria Destaque: Chamas da Vingança (2004)

Tony Scott encerrou sua trajetória de forma trágica, mas nos presenteou com uma bela parceria feita com Denzel Washington. É claro que o ator também é o favorito do cineasta Spike Lee (com quatro filmes), mas vale a pena homenagear aqui Scott por suas cinco produções feitas com ele. Dentre os trabalhos realizados juntos, os dois nos entregaram “Chamas da Vingança”, um filme simples, mas cheio de entrega na atuação de Denzel, aspecto que já nos acostumamos a receber do grande ator.

Crítica Steve Jobs ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Sua história não é um mistério, tão pouco algo que esconde relatos bombásticos nunca antes divulgados. Steve Jobs sempre foi uma figura pública e publicamente muito popular. Sua biografia, lançada pouco depois da sua morte, trazia detalhes cruciais sobre seus hábitos, sua mente de raciocínio rápido e seu caráter, que em alguns momentos colocou em cheque sua figura paterna. E também já tivemos um filme, em 2013, que trouxe boa parte de sua trajetória de forma cronológica, alinhando os amantes de seus produtos à sua história. Mas “Steve Jobs”, de Danny Boyle, não é sobre isso. Não se trata da História do Criador da Apple. Se trata da personalidade do homem por trás do mito.

Crítica Vingadores ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Criação vs. Criador

O problema da inteligência artificial é incrivelmente o mesmo problema do ser humano: ego. Aparentemente um problema apenas nosso, o pequeno termo – que engloba aspectos enormes – é sempre a raiz da revolução das máquinas no cinema. É aquele momento clínico e rápido onde a tecnologia entende o princípio humanoide que rege o orgulho, a cobiça e o poder. Mais uma vez, o ego.

Se fossemos chatos de galocha incapazes de ativar o botão “suspensão de realidade”, diríamos que é improvável. “Máquinas são programadas. Não pensam, não idealizam. Reproduzem comandos”. Esqueça isso. Em se tratando de universo cinematográfico e artístico, o único problema sério é a falta de criatividade. E em “Vingadores – Era de Ultron”, temos ela de sobra, em uma trama que leva os mais atenciosos a uma compreensão humana verídica, dentro de uma era fictícia deliciosamente apocalíptica.

avengers 2

O centro do 11º episódio da MCU (Marvel Cinematic Universe) é justamente um conceito que explodiu com “O Exterminador do Futuro”. Que é quando a tecnologia, que viria a ser a arma mais poderosa a favor da vida humana, se vira contra ela em busca da sua vingança utilizando o mote clássico que vem desde 1818 com Frankenstein. A ideologia ao redor de Ultron é impecável, seu conceito criado por Tony Stark funciona. Mas na prática não. E quando temos uma máquina sem quaisquer aspectos humanos que possam gerar em si sentimentos pacíficos (como é o caso de Vision), a frieza de sua composição vem à tona e nos mostra a descontrolada briga entre criação e criador.

E a forma como Joss Whedon roteiriza esse conflito tão popular é onde a joia preciosa de Vingadores se encontra. Ao invés de optar pelo tradicional confronto partindo apenas do pressuposto que Ultron rejeita qualquer comando (ainda questiona J.A.R.V.I.S por se reportar assim) e quer ser um deus, o quadrinhista, produtor e cineasta especialista em ficção científica suspende parte do seu universo favorito e traz um pouco do cuidado e valor cristão. Para contextualizar a premissa original do ego, Whedon volta à Bíblia e faz referências que apenas os adeptos ao livro entendem.

Ao pegar a origem do ego, quando o anjo de luz Lucifer (criação) se volta contra Deus (Criador), questionando sua soberania, Joss Whedon faz um paralelo entre a motivação da trama apocalíptica de os Vingadores e o princípio que fez Lucifer ser expulso do paraíso e se tornar o maior destruidor da vida humana (de acordo com os escritos bíblicos).

avengers 1

Parceiros