Essa é uma das valiosas vezes em que os fãs conseguem exatamente o que querem. Aquele breve momento onde absolutamente tudo para, menos o som fanático daqueles que sabem muito bem o que estão dizendo. Por diversas ocasiões, os estúdios procuram direcionar a opinião do público, erroneamente pecando justamente naquilo que tantas vezes foram previamente alertados pela opinião popular. São boas ideias com péssimas concepções finais. Produções horríveis, que tinham tudo para dar certo se ao menos tivessem percorrido pelos locais onde sua audiência de fato está: na Internet. E graças a ela e todos aqueles que se manifestam nela, 2016 começou com aquele que, não surpreendentemente, já se tornou uma das melhores adaptações de quadrinhos para o cinema. Com vocês, o vulgar, pretencioso e debochado Deadpool.
Humor ácido, tão azedo a ponto de se tornar doce em nossos lábios, o filme de Deadpool é uma extensão saborosa de todos os teasers, trailers do trailer e aparições divertidíssimas que contemplamos ao longo do ano de 2015 na Internet. Fruto dela e de seus fãs, a nova produção da Fox (detentora dos direitos do personagem), feita em parceria com a Marvel Studios, acerta naquilo que muitos chamariam de erros. Politicamente incorreto, arrogante, ofensivo e nada, nem um pouco, amistoso, Ryan Reynolds traz seu humor sarcástico e irônico – típico das entrevistas que sempre deu – para as telas, dando vida a um novo tipo de herói que reúne o que há de mais sujo em um personagem, tornando o anti em uma espécie de super. Seja lá qual for o tipo de ‘super’.