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Arnold Schwarzenegger se caracterizou como o clássico T-800 pra fazer a alegria das pessoas, assustar algumas e divulgar o novo filme da série “O Exterminador do Futuro: Gênesis”. Confira:
Kung Fury foi finalmente lançado! O curta abaixo que você esta prestes a ver é a mais épica homenagem aos filmes de ação dos anos 80 (Quem é o mestre? Leroy!) trazendo com muito exagero todas as loucuras que adorávamos nestes filmes. Confira:
Ative as legendas no player clicando em “CC”.
KUNG FURY é uma obra do sueco David Sandberg que levou a ideia ao site de financiamento coletivo Kickstarter. Lá, mais de 17 mil pessoas doaram mais de US$ 630 mil para tornar o filme realidade. Obrigado!
E se você quer mais Kung Fury fique feliz em saber que o filme deve virar um longa.
FanGirlQuest é um projeto de quatro amigas, Tiia, Satu Johanna e Essi, que viajaram o mundo por dois anos em busca de lugares onde foram filmados filmes e series cult. Ao encontrar uma cena elas sobrepõem com as reais com auxílio do iPad. Confiram:
Mad Max faz parte de um imaginário de outro período, de outra época. Pertence a outra geração, a outro público. E por ter essa redoma saudosista protegendo a obra, é difícil se desvincular da maestria trazida às telas pela primeira vez em 1979. E desde o primeiro filme até 2015 se passaram 36 anos. Desde “A Cúpula do Trovão”, 30. Novas eras vieram, novos nascimentos, novos públicos, novas percepções do mundo e do cinema. Mas é revigorante saber que George Miller se manteve fiel à característica mais inebriante do cinema do final dos anos 70 e 80: a narrativa que te engole para dentro da tela e dialoga sem falar demais.
Mad Max dispensa explicações e introduções. E dentro do contexto do filme esta verdade se repete. Sabendo utilizar todos os artifícios que o cinema lhe confere, desde estética geral a elementos específicos que ajudam a compor as cenas e a roteirização, Miller faz o cinema substancial, que dispensa explicações exageradas e ‘contação’ de história. E não me refiro apenas à trilogia de 70/80. Em “Mad Max: Estrada da Fúria”, o cineasta australiano repete o estilo que infelizmente caiu em desuso ao longo dos anos. Ele nos leva de volta àquela roteirização que tanto amamos em filmes como “Warriors: Os Selvagens da Noite” (1979) e “Robocop” (1987). Onde os diálogos são de fato pontuais e complementares e não onde toda a trama reside e subsiste.
E esse artifício talvez seja um dos aspectos mais recompensáveis da experiência dentro do cinema. Saber que ainda existem narrativas bem formadas, onde a trama se auto explica ao longo do desenrolar da história, sem a necessidade de verbalizar tudo, principalmente em uma época onde tantas produções se preocupam apenas em explodir tudo sem pretexto.
E o sentimento nostálgico logo é bem recompensando nos primeiros minutos do filme. Aquela introdução necessária de “Mad Max 2” está lá, quase que perfeitamente reproduzida para o novo filme. E de repente, os mais “antigos” são levados à mesma sensação inicial de quem pôde assistir o clássico de 1981 em seu auge, no cinema, em VHS ou na Sessão da Tarde. Aquela sensação terrível de que algo espetacular está para se destrinchar diante dos seus olhos e não há nada que você possa fazer além de aproveitar a viagem.
E que viagem! A direção de George Miller nos engole para dentro da tela ao ritmar as cenas em um frenesi neurótico. A aceleração das imagens em determinados pontos transforma a narrativa em um passeio alucinante pela ficção pós-apocalíptica, onde a loucura dos personagens atormenta o espectador, à medida que vamos absorvendo a jornada pela Estrada da Fúria tão bem executada, entre tempestades de areia e o caos armado.
O entrosamento em cena é mais um dos aspectos que permite essa sincronia tão precisa com o público. As cenas de ação são bem arquitetadas e coreografadas, e Miller teve o cuidado de unir a estética dos veículos muito bem criados pelo quadrinhista britânico Brendan McCarthy (também responsável por projetar todo o filme primeiramente em story board ao lado de Miller e um pequeno time), com a ambientação desértica e os personagens, que mesmo alguns sem falas, são extremamente representativos para a concepção final do terror que o clã (por assim dizer) que domina a Cidadela gera por onde passa.
O viés em que Estrada da Fúria segue quebra também uma série de argumentos tão comuns no cinema de ação e ficção, onde a mulher possui papel secundário e substituível. Ao centralizar a trama nelas, apresentando as inicialmente com fragilidade e pequenez, vemos o núcleo feminino liderado pela Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) desabrochar diante da tela e a feminilidade dar um pouco de espaço para a brutalidade de quem está cansada de ser coisificada pelo mundo.
Dentro dessa fortaleza que surge na agora saga de Mad Max, o protagonista encabeçado por Tom Hardy já não se encontra sozinho e vê ao seu lado um novo personagem bem contruído surgir. E ao invés de existir uma fagulha de disputa para saber quem se destaca mais em cena, as duas figuras se complementam de forma que uma sem a outra levaria a trama para outro desdobramento talvez menos interessante. E o filme ainda conta com a surpreendente atuação de Nicholas Hoult no papel de Nux, que conseguiu se destacar diante de tanta coisa em tela.
Com o retorno de Hugh Keays-Byrne irreconhecivelmente como Immortan Joe, “Mad Max: Estrada da Fúria” traz de volta a motivação petrolífera para o caos do mundo, aliado à fome e sede, duas das novas engrenagens mais citadas para uma possível Terceira Guerra Mundial. Em meio à morte do mundo, em uma terra onde a vida tenta resistir diante do fim do verde, George Miller volta a ser notícia por se perpetuar como visionário e nos prepara para o que “Mad Max: The Wasteland” trará para nós em um futuro que, assim espero, não demore 30 anos para chegar.