Em meados dos anos 90 a garotada da minha rua foi passar férias em Florianópolis. A grande maioria tinha uns doze anos de idade no máximo. A grana era pouca e nós combinamos que – no último dia de viagem – faríamos um passeio de banana boat para fechar com chave de ouro.
Todo mundo concordou, exceto um garoto chamado Murilo. Ele argumentou que desejava comprar um mini game na feirinha da praia e naquela altura era uma coisa ou outra. Acabou optando pelo brinquedo.
Acontece que o passeio de banana boat foi muito divertido, cheio de histórias maneiras. O evento foi tão marcante que até hoje essa mesma galera se encontra vez ou outra e comenta do passeio. Exceto o Murilo, é claro. Ele não curtiu a aventura porque decidiu comprar algo em vez de viver algo. Eu sempre lhe pergunto:
– E aí Murilo, onde anda aquele seu mini game?
Ele nem se digna a responder. E por mais que disfarce – ao ouvir a alegria dos nossos comentários sobre aquele momento compartilhado – ele se ressente por não ter ido junto. Aprendeu na prática que um bom momento guardado na memória é a coisa mais valiosa que existe.
Você provavelmente conhece pessoas como Murilo. Eles sempre acham qualquer aventura cara demais, mas nunca reclamam do preço da nova TV de plasma…