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Os nomes de 100 marcas famosas

3M – Referência os três emes da abreviatura formada pelo nome completo da empresa, Minnesota Mining and Manufacturing Co.

Adidas – Do acrônimo formado pelo apelido e sobrenome do fundador da empresa, Adolf (adi) Dassler.

Água de Cheiro – Sinônimo de água-de-colônia, um líquido feito à base de álcool e essências, base da perfumaria. Referência à área de atuação da empresa.

All Star – Da expressão Converse All Star Basketball Boots, espécie de slogan do modelo do tênis.

Apple – 1. Steve Jobs, um dos fundadores da marca, seria fã dos Beatles e da gravadora que lançou a banda, a Apple Records. 2. Steve Jobs havia estado por um longo período numa comunidade hippie. Lá, vivendo no meio rural, tinha passado os dias colhendo maçãs. 3. Steve Jobs teria escolhido a maçã por essa fruta estar associada às grandes descobertas físicas feitas por Sir Isaac Newton. 4. A escolha teria fundamento no texto bíblico, que associa a maçã ao conhecimento. Desse modo, ao mordê-la ainda no Éden, a humanidade trocara o paraíso pela oportunidade de fazer ciência e, conseqüentemente, computadores. Por esse motivo o segundo logo da empresa seria uma maçã mordida.

Arcor – Acrônimo resultante da união das duas primeiras letras de Arroyito e das três primeiras letras de Córdoba, respectivamente a cidade e a província argentinas nas quais a empresa foi fundada em 1951.

Asics – Acrônimo da expressão Anima Sana In Corpore Sano.

Aspirina – Acrônimo formado pelas palavras acetilsalicílico, uma das substâncisas do remédio, spiraea, parte do nome científico da planta na qual se encontrou a substância base para sintetizar o medicamento, e o sufixo ina, acrescentado à época no fim das palavras que se referiam a um medicamento.

Você tem medo de viver?

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“Dois homens se perderam no grande deserto da China. Sofrendo a miséria da sede logo apelaram à misericórdia divina. Mahagiri ouviu seus lamentos e durante a noite lhes presenteou com duas garrafas de barro cheias d’água.

Ao acordarem os homens ficaram surpresos com o achado. Beberam tudo de uma só vez tamanha a sede que sentiam. A água era fresca e limpa como nas nascentes das montanhas. Um deles agradeceu aos céus, mas o outro reclamou:

– Do que adianta? A água já acabou, não escaparemos da morte!

Foi então que perceberam que as garrafas não ficavam vazias. Por mais que eles bebessem, a água voltava a encher o recipiente. Felizes por receberem aquele milagre os dois fizeram o caminho de volta para casa. Ao reencontrarem sua aldeia natal ficaram tão felizes que resolveram se refrescar no rio. Um deles mergulhou e percebeu que a água estava amarga e intragável.

Mahagiri então apareceu para explicar-lhes que o milagre da garrafa de barro também era uma maldição:

– Só a água dessas garrafas poderá matar sua sede daqui para frente. De agora em diante a vida de vocês é frágil como um vasilhame de barro.

Um dos homens imediatamente enrolou a própria garrafa em panos e decidiu nunca mais sair de casa com medo de quebrá-la. O outro homem também sentiu temor, mas como era corajoso viu a situação de outro modo. Aproveitou o fato de ter um suprimento de água infinito para tornar-se mercador.

Partiu de sua aldeia e viveu por muitos anos fazendo comércio pelo mundo em diversas rotas mercantis. Conheceu os lugares mais incríveis que se possa imaginar. É verdade que em diversas ocasiões quase quebrou sua preciosa garrafa, mas nunca se acovardou.

Um dia quando já se encontrava velho resolveu voltar à aldeia natal. Lá encontrou o amigo vivendo em uma cabana da qual raramente saia. Tinha uma expressão de cansaço e era simples notar a dureza que fora sua vida.

De qualquer forma os dois sentaram-se para comer e celebrar o reencontro quando ouviram ao mesmo tempo o barulho do barro se rompendo. As duas garrafas estavam inexplicavelmente trincadas e vazias.

Eles esperaram cientes de seus destinos. O covarde temia tanto a morte que em apenas algumas horas sua boca já estava seca como o deserto. Definhou tão rápido que morreu ao anoitecer.

O mercador ainda velou o corpo por algumas horas antes de adormecer. Acordou na manhã seguinte com o barulho da voz estrondosa de Mahagiri:

– A morte chega para todos os homens. A única diferença é que alguns deixam esse mundo ainda sedentos pela vida.

O mercador então percebeu que apesar de todo o tempo sem beber água ainda não sentia sede. Mahagiri lhe estendeu a mão e ele simplesmente dormiu como se estivesse indo descansar depois de um dia bem aproveitado”.

Não desperdice a vida com medo de quebrar sua garrafa. Aproveitei seu curto tempo para viver intensamente. Um dia todos partiremos desse mundo, mas só alguns partirão satisfeitos.

Pedro Schmaus

Crítica Batman vs Superman: A Origem da Justiça ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Essa cena já se repetiu consecutivamente na mente de muitos, assim como na minha. Você a vê, revê, analisa outra vez e se permite ser levado pelo único fragmento contínuo que garante fundamento para visualizar esse momento na cabeça: as páginas da clássica graphic novel “O Cavaleiro das Trevas”. O entrave emblemático entre Batman e Superman foi, primeiramente, desenhado ali, pelas mãos de Frank Miller. E uma vez nas mãos do leitor, ele ganhou vida para além das páginas, se delineando dentro do imaginário de qualquer apaixonado por histórias em quadrinhos. Mas ganhar vida nas telas foi muito mais complexo. Mesmo com as versões animadas que acalentam o coração de quem sempre pincelou essa luta mentalmente, apenas um embate de carne e osso supriria as necessidades das crianças e adolescentes das décadas anteriores. Hoje, testemunhas da passagem do seu próprio tempo, elas contemplam o desenrolar de uma história que, ainda que acompanhe a “velhice” de seus leitores, nunca foi tão jovem e atual, na adaptação intitulada “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”. 

A vida é dinheiro jogado fora

 

Lúcio e Sandra não eram exatamente amigos, mas andavam com a mesma galera. Certa tarde o pessoal marcou um bar para colocar a conversa em dia e o papo rolava descontraído quando Lúcio notou que o pára-choque do meu Uno Mille estava amassado.

“Você não vai arrumar isso aí não?”, disse com aquela cara de “estou lhe julgando”. Eu sempre tomo cuidado para não ser desleixado em excesso, mas o conserto podia esperar. O dano não era tão grande e além do mais eu precisava segurar grana para garantir a próxima viagem. “Por enquanto vai ficar assim. Minha prioridade é viajar no fim do ano”.

Para Lúcio aquela afirmação era o puro horror. Dirigir um veículo com qualquer grau de defeito era o fim dos tempos, mas ter grana para arrumá-lo e optar por viajar era um absurdo completo. Em seu modo de ver o mundo o dinheiro bem gasto era aquele usado para comprar coisas. A comparação entre nossos estilos de vida era piada entre os amigos. Ele até concordava que também um dia viajaria para algum lugar, mas ia esperar para quando já tivesse conquistado sua estabilidade financeira.

Nesse dia no bar Lúcio estava especialmente empolgado por ter adquirido um apartamento novo. “Aluguel é dinheiro jogado fora”, afirmava com propriedade. Descreveu o valor da entrada e o financiamento em décadas, mas não se importava com o longo período. “Pelo menos estou pagando algo que é meu”. A Sandra ouvia a ladainha com atenção. Eu a conhecia muito pouco até aquele dia, pois normalmente não conversava muito. No entanto naquela tarde ela fez um discurso que nunca esqueci:

Olha Lúcio, a vida por si só é dinheiro jogado fora. Não há como ser de outro jeito. A cerveja comprada vira urina. A refeição paga logo vira merda. As roupas acabam, a gasolina evapora, o carro enferruja e os móveis se deterioram. Mesmo o que gastamos para adquirir conhecimento e vivências nos será tirado pela morte. No entanto, pelo menos essas memórias nos acompanharão pela vida toda. Portanto seu raciocínio está errado. Você investe em porcaria.

Todos se olharam com espanto sem ousar dizer qualquer coisa. Sandra bebeu um gole de cerveja e terminou sua fala da melhor maneira possível:

Além do mais Lúcio, a gente sabe que você pagou duas vezes o valor do seu apartamento em juros para o banco, então não venha com essa história de não jogar dinheiro fora!

Pedro Schmaus

Cuba: 7 momentos antes da visita de Obama

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No próximo domingo o presidente estadunidense Barack Obama fará sua primeira visita oficial a Cuba. Até agora esse é o gesto mais relevante no processo de reaproximação dos dois países. É difícil prever o que acontecerá daqui para frente, mas certamente as coisas vão mudar na ilha de Fidel Castro.

Há seis meses estive lá e pude testemunhar os últimos momentos dessa velha Cuba que começa a ficar para trás. O tempo foi muito curto e eu não ousaria tentar explicar país tão peculiar baseado nas observações feitas em apenas uma semana. De qualquer forma – sob o risco de desperdiçar um contexto tão relevante – me permito narrar as cenas mais marcantes observadas nas duas cidades que visitei. Sei que a própria escolha dos recortes já configura um juízo de valor, mas creiam que escrevi com o maior grau de isenção possível.

Crítica Deadpool ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Essa é uma das valiosas vezes em que os fãs conseguem exatamente o que querem. Aquele breve momento onde absolutamente tudo para, menos o som fanático daqueles que sabem muito bem o que estão dizendo. Por diversas ocasiões, os estúdios procuram direcionar a opinião do público, erroneamente pecando justamente naquilo que tantas vezes foram previamente alertados pela opinião popular. São boas ideias com péssimas concepções finais. Produções horríveis, que tinham tudo para dar certo se ao menos tivessem percorrido pelos locais onde sua audiência de fato está: na Internet. E graças a ela e todos aqueles que se manifestam nela, 2016 começou com aquele que, não surpreendentemente, já se tornou uma das melhores adaptações de quadrinhos para o cinema. Com vocês, o vulgar, pretencioso e debochado Deadpool.

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Humor ácido, tão azedo a ponto de se tornar doce em nossos lábios, o filme de Deadpool é uma extensão saborosa de todos os teasers, trailers do trailer e aparições divertidíssimas que contemplamos ao longo do ano de 2015 na Internet. Fruto dela e de seus fãs, a nova produção da Fox (detentora dos direitos do personagem), feita em parceria com a Marvel Studios, acerta naquilo que muitos chamariam de erros. Politicamente incorreto, arrogante, ofensivo e nada, nem um pouco, amistoso, Ryan Reynolds traz seu humor sarcástico e irônico – típico das entrevistas que sempre deu – para as telas, dando vida a um novo tipo de herói que reúne o que há de mais sujo em um personagem, tornando o anti em uma espécie de super. Seja lá qual for o tipo de ‘super’.

Crítica O Regresso ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

Rodas em volta da fogueira cercadas pela penumbre noturna já testemunharam essa história. Um dos contos verídicos mais tradicionais nos Estados Unidos, ele atravessa gerações, adquiri novos significados, atributos e é um relato da bravura americana em meio a uma terra em metamorfose. Embasado no século XIX, mais precisamente em 1823, a experiência de sobrevivência e vingança em meio às condições mais adversas do explorador e comerciante Hugh Glass é um daqueles raros momentos épicos que se mesclam com a História Americana, no período mais tempestuoso do país, o Oeste Selvagem.

Crítica Spotlight ≈ Cine Verité por Rafaela Gomes

A Primeira Emenda da Constituição Norte-americana garante a abstenção do Estado da vida religiosa da nação, com aquela mesma premissa de que “o Estado é laico”. Da mesma forma, ela garante o direito da liberdade religiosa amplamente, firmando direito e “proteção” para crenças desempenharem seu trabalho da forma que lhes couber, ainda que prometa garantir a segurança da população em casos de desvios morais de conduta. Em “Spotlight – Segredos Revelados”, vemos que não é bem assim. E diante dos nossos olhos e mais uma vez, vemos o sistema judiciário americano despencar pedaço por pedaço, evidenciando rachaduras profundas acobertadas pela mesma corrupção tão comum e tão tratada como exclusivamente sendo do Brasil.