Todo cineasta possui suas peculiaridades e seu estilo de filmagem, que sempre envolvem um bom entrosamento com o protagonista da produção. Estes 15 diretores que selecionamos possuem sua alma gêmea profissional, que não apenas os entendem como também funcionam na tela como nenhum outro ator. São 15 parcerias, milhares de filmes e muito amor envolvido. Confira!
17 – Tony Scott e Denzel Washington
Quantidade de filmes no currículo: 5
Parceria Destaque: Chamas da Vingança (2004)
Tony Scott encerrou sua trajetória de forma trágica, mas nos presenteou com uma bela parceria feita com Denzel Washington. É claro que o ator também é o favorito do cineasta Spike Lee (com quatro filmes), mas vale a pena homenagear aqui Scott por suas cinco produções feitas com ele. Dentre os trabalhos realizados juntos, os dois nos entregaram “Chamas da Vingança”, um filme simples, mas cheio de entrega na atuação de Denzel, aspecto que já nos acostumamos a receber do grande ator.
16 – Alfred Hitchcock e Grace Kelly
Quantidade de filmes no currículo: 3
Parceria Destaque: Janela Indiscreta (1954)
Ela, uma princesa impecável, doce e delicada. Ele, apaixonado pelo macabro e cheio de manias. Se olhássemos de fora para essa dupla, jamais imaginaríamos que dali sairia grandes produções emblemáticas. E ainda que a parceria entre Grace e Hitchcock tenha sido relativamente curta, com apenas três filmes, ela nos rendeu os icônicos “Janela Indiscreta”, “Disque M Para Matar” e “Ladrão de Casaca”. Todas as produções, diga-se de passagem, esbaldam elegância em figurinos incríveis, desenhados exclusivamente para atender ao perfil da atriz, sempre tão elegante e cheia de classe.
15 – Martin Scorsese e Robert De Niro
Quantidade de filmes no currículo: 9
Parceria Destaque: Touro Indomável (1980)
Marty e Bob, como ambos se chamam, se conhecem muito antes de “Caminhos Perigosos”. Residentes do bairro Little Italy, em Nova York, os dois se tornaram amigos ainda quando crianças (para quem não sabe, eles possuem a mesma idade). A sintonia entre o ator e o cineasta é tão grande que o relacionamento entre eles surgiu durante uma amizade repentina quando pequenos e ganhou vida anos depois após um longo hiato sem se verem, logo na vida adulta. Separados por exatos três meses de diferença (Bob comemora aniversário em 17 de agosto e Marty em 17 de novembro), os dois contabilizam uma das parcerias mais emblemáticas do cinema, com nove filmes no currículo. Dentre eles, temos o fascinante “Taxi Driver” e aquele cuja fotografia é uma das coisas mais lindas, “Touro Indomável”.
14 – Steven Soderbergh e Matt Damon
Quantidade de filmes no currículo: 7
Parceria Destaque: Behind the Candelabra (2013)
Muitas pessoas às vezes passam despercebidas por essa parceria, mas ela não apenas existe como contabiliza sete filmes! Steven e Matt trabalharam juntos pela primeira vez em “Onze Homens e um Segredo” e desde então eles continuam se unindo regularmente para criar juntos. A produção mais recente feita pela dupla foi o aclamado “Behind The Candelabra – Minha Vida com Liberace”, de 2013. Nessa cinebiografia da HBO para a TV, Matt faz o par romântico de Michael Douglas, que interpreta Liberace como ninguém! Além disso, o filme garantiu aos dois atores a disputa pelo Globo de Ouro de Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV, no qual Michael levou a estatueta “apenas por ter mais falas que Matt”, ele mesmo disse.
13 – Ridley Scott e Russell Crowe
Quantidade de filmes no currículo: 5
Parceria Destaque: Gladiador (2000)
Ridley Scott é o cineasta que domina o universo Sci-fi como ninguém, mas sua maior parceria cinematográfica se formou, de fato, fora desse gênero. O primeiro trabalho que iniciou essa grande amizade foi nada mais e nada menos que “Gladiador” e desde então o diretor e o ator Russell Crowe têm trabalhado juntos em produções que focam mais em drama e suspense, como é o caso de “Rede de Mentiras”. Com os olhos vidrados na continuação de “Prometheus 2”, ou melhor, “Alien: Paradise Lost”, Scott e Crowe parecem não ter projetos futuros em mente, mas se você quiser matar a saudade da dupla, basta escolher um dos cinco filmes desta parceria.
12 – David Fincher e Brad Pitt
Quantidade de filmes no currículo: 3
Parceria Destaque: Clube da Luta (1999)
Um está em débito conosco por ainda não ter entregado as continuações de Millenium e o outro está colhendo os louros com inúmeras indicações pelo aclamado “A Grande Aposta”. Juntos, eles nos proporcionaram experiências cinematográficas incríveis com suas três parcerias de grande sucesso. Ainda que tenhamos poucos frutos dessa amizade, todos os que temos valem muito! E quem sabe o frenesi que “Se7en”, “Clube da Luta” e “O Curioso Caso de Benjamin Button” ainda geram no público não os traga de volta para mais um filme juntos. Por favor Fincher, nunca te pedimos nada (só as continuações de Millenium, porque né…)!
11 – Tim Burton e Johnny Depp
Quantidade de filmes no currículo: 9
Parceria destaque: Edward Mãos de Tesoura (1991)
Ninguém consegue entender a mente conturbada de Tim Burton como Johnny Depp, assim como nenhum cineasta consegue explorar a versatilidade de Depp como Burton. A parceria deles é tão linda e floresce tão bem, que fica difícil imaginar o cinema sem essas duas figuras caricatas, principalmente separadas. Ambos são capazes de extrair o melhor do lado artístico do outro e é por isso que fomos agraciados com oito filmes da dupla (nove, se contarmos a nova continuação de Alice que conta apenas com Tim Burton na produção, mas não na direção). E o melhor de tudo? A gente sabe que eles nunca vão parar de trabalhar juntos. Sorte a nossa!
10 – Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio
Quantidade de filmes no currículo: 5
Parceria Destaque: O Lobo de Wall Street (2013)
Martin Scorsese aparece de novo na lista com outra parceria que só existe graças ao Robert De Niro. Bob e Leo trabalharam em 1993 no filme “This Boy’s Life”, que conta a história de Tobias Wolff, adolescente abusado emocional e fisicamente por seu padrasto. Após contracenarem juntos, Bob trocou uma ideia com Scorsese em uma situação informal, dizendo “Marty, trabalhei com esse garoto de 19 anos, Leonardo DiCaprio. O menino é novo e muito bom. Fique de olho nele”. E não é que o cineasta seguiu o conselho do seu amigo? A partir de então, ele começou a acompanhar as produções de Leo. O primeiro “encontro” entre os futuros parceiros foi despretensioso. Marty esbarrou no ator em um evento e disse “Hey garoto! Você mandou bem em ‘O Diário de um Adolescente, continue o bom trabalho”. Sete anos depois, eles começaram a trabalhar juntos no primeiro de cincos filmes já feitos em parceria, o “Gangues de Nova York”.
9 – Wes Anderson e Bill Murray
Quantidade de filmes no currículo: 7
Parceria Destaque: O Grande Hotel Budapeste (2014)
Wes é um jovem cineasta (em relação aos demais consagrados da indústria), com apenas 46 anos e uma criatividade tão caricata e peculiar, que é difícil não identificar seus filmes apenas por seu estilo. Perfeccionista e vidrado na estética de suas produções (e convenhamos, nos tons pastéis também), o diretor encontrou em Bill Murray aquela figura que se encaixa perfeitamente em suas produções. Com 19 anos de diferença entre os dois e sete filmes juntos, a dinâmica em tela funciona lindamente, e Murray parece sempre expressar os melhores atributos estilísticos dos cativantes roteiros de Wes.
8 – Steven Spielberg e Tom Hanks
Quantidade de filmes no currículo: 8
Parceria Destaque: O Resgate do Soldado Ryan
Quatro filmes juntos e oito colaborações no total em 17 anos de amizade/parceria, a dupla Spielberg-Hanks voltou em 2015 com “Ponte dos Espiões”, exatamente nove anos desde o último trabalho feito por eles. Mas os dois já foram mais longe em se tratando de team work. Ambos assumiram, em 2001, a produção da aclamada minissérie “Band of Brothers”, ocasião em que Hanks abriu mão da atuação e ocupou os bastidores, estando lado a lado (literalmente) de um dos seus cineastas favoritos. E eles não apenas trabalham bem, como também são Brothers, do tipo “bromance”. Ah, a amizade…
7 – David O’ Russell, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence
Quantidade de filmes no currículo: 3
Parceria Destaque: O Lado Bom da Vida (2013)
Bem, três filmes em um intervalo de três anos. Se os trabalhos realizados entre o trio ainda não são considerados uma parceria genuína, falta pouco pra isso! Com David na direção, Bradley e Jen conseguiram se destacar entre as grandes premiações como o Oscar, e nossa interprete da Katnis Everdeen ainda faturou a estatueta por “O Lado Bom da Vida”. Em 2016 o trio volta com “Joy – O Nome do Sucesso”, mais uma parceria que rendeu a Jen o Globo de Ouro de Melhor Atriz em uma Comédia e a indicação ao Oscar. Não me espanta que ela abra mão de outros cineastas para trabalhar com David, tem dado ridiculamente certo!
6 – Woody Allen e Mia Farrow
Quantidade de filmes no currículo: 13
Parceria Destaque: Hannah e Suas Irmãs (1986)
Antes do relacionamento entre ambos entrar em colapso devido à traição de Woody com a filha adotiva de Mia (oi?), os dois formaram um belo casal hollywoodiano, daqueles que não se encaixa no perfil de celebridade, mas possui uma química em cena fantástica. Isso é tão notável que entre os anos de 1982 e 1989, os dois produziram 13 filmes juntos, em que Woody atuou e dirigiu simultaneamente, do jeito que ele sempre gostou de fazer. O fim catastrófico da união do casal impediu que novas parcerias surgissem. Mas pelo menos Woody ainda tem sua outra favorita, Diane Keaton. Ex-namorada, amiga de longa data, nossa eterna Annie Hall e a próxima da lista de parcerias.
5 – Woody Allen e Diane Keaton
Quantidade de filmes no currículo: 9
Parceria Destaque: Annie Hall (1977)
A dinâmica entre os dois sempre foi linda de se ver, tamanha a naturalidade nos diálogos, olhares e risadas. Alguns afirmam que Diane foi, de fato, o verdadeiro amor de Woody e não é difícil imaginar isso! Além de escrever papéis completamente inspirados na personalidade e no jeitinho peculiar dela (que casava muito bem com o perfil neurótico de Woody, refletido frequentemente em seus personagens), o cineasta escreveu o roteiro de Annie Hall especialmente sobre Diane. A vovó Hall preconceituosa e que não aceitava Alvy? É exatamente a vó de Diane, que também não aceitava Woody pelas mesmas razões. As inseguranças, o jeito meio atrapalhado e o humor natural de Annie? Características claras da atriz. Talvez todo esse aspecto intimista existente entre os dois e que sempre aflorou nos nove filmes feitos em parceria tenha tornado Diane Keaton a queridinha nos anos 70, aquela garota que todos se identificavam, de uma forma ou de outra. Outro fator cativante no relacionamento Allen-Keaton é a amizade desenvolvida ao longo dos anos. Woody sempre dizia que fazer Diane rir era um desafio quase impossível, mas quando ele conseguia, era revigorante, uma das melhores risadas já ouvidas. Já Diane sempre dizia que Woody era o único cara que conseguia faze-la rir facilmente, como nenhum outro. Ai que saudades desse amor todo!
4 – Pedro Almodóvar e Penélope Cruz
Quantidade de filmes no currículo: 6
Parceria Destaque: Volver (2006)
Pedro Almodóvar é capaz de extrair de Penélope Cruz algo que nenhum cineasta consegue com tanta voracidade: as peculiaridades latinas em papéis fortes e impactantes. Sabemos bem que a atriz trabalha lindamente com qualquer diretor, mas existe uma faísca artística em particular entre estes dois que não existe entre Cruz e qualquer outro. Além de ser detalhista e ter seu próprio estilo de direção, Almodóvar possui um amor pelas cores fortes, abusando sempre dos tons vermelhos em seus filmes. Cor esta que valoriza os traços latinos de Penélope de forma singular, tornando sua caracterização em cena um primor. Ao longo de 18 anos de amizade/parceria, os dois já trabalharam em seis filmes, mais recentemente em “Os Amantes Passageiros”, de 2013.
3 – The Coen Brothers e Frances McDormand
Quantidade de filmes no currículo: 6
Parceria Destaque: Fargo (1996)
Já são 31 anos de parceria e seis filmes na conta. O humor negro e pitoresco dos Irmãos Coen sempre foi um atrativo para Frances McDormand, ou talvez seja sua personalidade peculiar que os tenha atraído. Independente do que tenha começado essa longa amizade, os três têm trabalhado no cinema sempre que podem, sendo o último fruto desse relacionamento, o incompreendido “Queime Depois de Ler” (2008). Atualmente Frances colhe os louros da aclamada minissérie da HBO Olive Kitteridge, que faturou oito estatuetas do Emmy 2015, inclusive de Melhor Minissérie e um Globo de Ouro de Melhor Atriz em uma Minissérie. Em 2016 ela volta com os irmãos com a comédia “Hail, Caesar!”, que retrata os bastidores de uma produção hollywoodiana em seus tempos gloriosos.
2 – Quentin Tarantino e Samuel L. Jackson
Quantidade de filmes no currículo: 5
Parceria Destaque: Pulp Fiction (1996)
Cinéfilos adoram prestigiar os filmes de Tarantino e quando estes incluem Samuel L. Jackson no currículo, melhor ainda! A dinâmica em tela entre os dois artistas é sempre tão boa que é dito que os melhores personagens interpretados por Sam pertencem aos filmes de Quentin. Talvez uma das razões para isso se dê pelo fato do cineasta criar os papéis especificamente para o ator, explorando sempre os aspectos mais caricatos e forte dele. Funcionou maravilhosamente bem em “Os Oito Odiados”, em “Django” e claro, no grande destaque e amado por gerações: Pulp Fiction. E o melhor de tudo? Essa parceria/amizade promete muito frutos futuros.
1 – Jodwhn Ford e John Wayne
Quantidade de filmes no currículo: 21
Parceria Destaque: A Conquista do Oeste (1962)
De todas as parcerias citadas, esta foi a mais duradoura. Rendeu 21 filmes, incontáveis figurinos westerns e muitas indicações ao Oscar. John Wayne tinha os aspectos ideais para os papéis que o cineasta John Ford criava: homens fortes e robustos, que encaram fortes temperaturas em meio ao pó exalando testosterona. Brincadeiras a parte, o ator sempre conseguiu extrair a essência dos filmes de faroeste, entregando atuações de impacto, mas também foi versátil o bastante para sair da sua zona de conforto, como vemos no clássico “Depois do Vendaval”, de 1952, em que Wayne interpreta um pugilista. A amizade entre os Johns foi tão longa e duradoura que durou 34 anos, se encerrando com a morte do cineasta em 1973.
