Olá pessoal.
Eu já fiz um DM que associou as marcas por segmento. Eu também já fiz uma edição da coluna que associou marcas que, em determinado momento de sua trajetória, tiveram algo em comum. Hoje eu faço um post do DM que associa tudo isso!
Como All Star, Asics e Nike estariam ligadas? Descubra hoje no Dicionário das Marcas!
Um abraço!
Eduardo Nicholas
ALL STAR – Estados Unidos. Calçados. 1908.
Os primeiros fabricantes de calçados pensavam em oferecer aos seus clientes apenas uma proteção para os pés. Afinal, essa é a função primordial desse produto. No entanto, as mudanças culturais e o desenvolvimento dos métodos de produção tornaram os calçados objetos muito mais complexos.
Isso aconteceu entre os esportistas no momento em que eles perceberam que era possível ter um melhor desempenho usando determinado calçado. O empresário Marcus Converse notou que a fabricação de produtos específicos como esse seria uma ótima fonte de dinheiro. Já há dez anos fabricando calçados, ele percebeu que o basquete estava se tornando muito popular nos Estados Unidos. Resolveu então criar um tênis especial para o esporte. Sua idéia de marketing era convencer o consumidor de que aquele produto era feito especialmente para jogadores de basquete, uma boa tática de segmentação de mercado.
As vendas iniciais foram boas, mas a coisa veio a melhorar mesmo quando um jovem chamado Chuck Taylor bateu na porta da fábrica. Jogador de basquete, Taylor tinha comprado os primeiros pares dos tênis produzidos pela companhia de Converse. Tendo testado o calçado, ele ofereceu diversas dicas para melhorá-lo. Não era um grande jogador, como muitos pensam, mas era um grande designer.
Nascia assim o Converse All Star Basketball Boots – Signed by designer Chuck Taylor, algo como “tênis da Converse das Estrelas de Basquete – Assinado pelo designer Chuck Taylor”.
O modelo era bem singular, tinha um visual muito característico. Nos Estados Unidos ganhou grande popularidade, sendo conhecido pelo apelido de Chuck. A fama do produto de Converse passou as fronteiras dos EUA e foi parar em terras distantes, no outro lado do mundo…
ASICS – Japão. Calçados. 1949.
Em 1949 o senhor Kihachiro Onitsuka resolveu que teria uma fábrica de tênis. Sem muito dinheiro para investir, colocou algumas máquinas dentro da sua própria casa e começou a produção. Seu objetivo era criar tênis para basquete, um esporte que ainda crescia no Japão.
Dando uma olhada nos modelos da All Star, já muito populares nos EUA, ele finalmente apresentou os primeiros calçados de sua companhia. Inicialmente vendia os tênis para os garotos que jogavam basquete nas escolas de Kobe, sua cidade natal.
Mas infelizmente as solas dos calçados não eram muito boas, fazendo os atletas escorregarem toda hora. Sem desanimar, Onitsuka viu aí uma boa oportunidade e passou a pesquisar um modo de deixar o tênis mais aderente. A resposta veio da natureza: certo dia, observando os tentáculos de um polvo, ele resolveu usar aquele design num novo tipo de solado.
Inovações como essa fizeram da Onitsuka uma grande empresa. Em 1977 a companhia ganhou um novo nome, baseado na importância que seus produtos davam ao esporte e seus benefícios. Criou-se então uma marca-sigla formada pela expressão Anima Sana In Corpore Sano – ASICS – (mente sã em corpo são), frase em latim que resume a importância do equilíbrio entre a atividade física e a intelectual.
No entanto, antes disso, os modelos da ainda Onitsuka Corporation já faziam sucesso nos Estados Unidos, principalmente por meio do trabalho de algumas empresas importadoras…
NIKE – Estados Unidos. Calçados. 1972.
Phil Knight e Bill Bowerman descobriram, durante uma viagem, que a Onitsuka Corporation fabricava ótimos tênis esportivos. Pensaram: por que não vender esses produtos nos EUA? Fundaram então a Blue Ribbon Sports, uma distribuidora de calçados importados do Japão. Em dez anos de atuação, a empresa movimentou um bom capital, dando aos seus donos a oportunidade de dar um passo maior.
A idéia era criar uma nova fábrica de calçados, só deles. Dinheiro tinha, mas ainda faltava um nome. Entra na história então os gregos, os quais não conheceram os tênis, mas sem querer contribuíram com o batismo da maior marca do mundo nesse segmento. Foram eles os responsáveis por criar a deusa Niké, filha do titã Pallas e da ninfa Estige. Para os gregos Niké simbolizava a vitória.
Alguns milênios depois, em 1972, um empregado da Blue Ribbon Sports chamado Jeff Johnson teve uma experiência meio maluca: durante um sonho, a Deusa Niké em pessoa apareceu para ele. Knight e Bowerman ouviram Jeff contar o sonho e observaram ali uma ótima sugestão de marca, uma vez que a idéia era fabricar produtos voltados ao esporte, e a vitória tem tudo a ver com isso.
Assim surgia a Nike. Até aí seria mais uma fábrica de tênis não fosse o estilo revolucionário de marketing adotado pela marca. Em meados da década de setenta a sociedade americana estava descobrindo a atividade física como uma fonte segura de saúde e longevidade. Sensível a essa nova percepção, a Nike investiu numa propaganda agressiva, voltada para o atleta comum, aquele que malha todos os dias para ficar em forma. É claro, imitou as concorrentes Adidas e Puma, associando sua marca a grandes atletas também.
O resultado não poderia ser melhor: a Nike tornou-se a maior empresa de materiais esportivos do planeta.
Curiosidades de Sobremesa
1 – A pronúncia original da marca não é náique, como muita gente pensa. O modo correto de falar é niquei, o mesmo do nome da deusa. Com o tempo, porém, ficou náique mesmo.
2 – Não fosse o sonho de Jeff, a Nike teria sido chamada de Dimension Six. Mas cá entre nós, acho que essa história de sonho é papo só para enfeitar. Afinal, por acaso você conhece alguém que já tenha sonhado com uma deusa grega?
3 – Na minha humilde opinião, o slogan “Just do it” é o mais forte da história da propaganda. O seu tom imperativo é tão contundente que dá vontade de obedecer, mesmo sem saber exatamente a ordem.
4 – Outro slogan da empresa, esse mais polêmico, foi veiculado durante as Olimpíadas de Atlanta. A mensagem era simples e direta: You Don’t Win Silver – You Lose Gold. Esqueceram do espírito esportivo…
5 – Também é aspecto marcante da publicidade da Nike o seu logotipo. Criado em 1971 pela design Carolyn Davidson, o desenho nasceu antes da marca e foi batizado de Swoosh. Em uma pobre tradução, a palavra quer dizer “o som produzido por arremetidas repentinas de ar ou de algum líquido”. Na época Carolyn ganhou 35 dólares pelo trabalho. O formato simples da logo tinha como objetivo ficar bem claro sobre a superfície do tênis, de modo que as pessoas pudessem ver de longe que se tratava de um calçado Nike.
6 – Diziam os gregos que ela, aliás, podia voar e correr em grandes velocidades.
7 – Niké era irmã de Bia (a Força), de Crato (o Poder) e de Zelo (o Ciúme). Basicamente uma alegoria para dizer que, se você quer alcançar a vitória precisa ter força e poder, mas vá se preparando para lidar com o ciúme dos outros.
8 – No Brasil os chuck’s ficaram conhecidos como All Star. Em nosso país o tênis foi fazer sucesso mesmo nos anos 80 nos pés de alguns punks. Passou alguns anos esquecido, mas hoje é bem popular até nos pés das patricinhas.
9 – A Nike comprou a All Star em 2003, fato que desagradou muitos dos clientes. A maioria das queixas foi sobre a baixa qualidade do produto.
10 – A versão cano baixo do All Star só foi criado em 1962. Era uma manobra para o tênis ser usado também por pessoas que não jogavam basquete. Sem querer essa foi a salvação da marca, pois depois das inovações apresentadas pela Nike (e outras marcas) em calçados desse esporte, o All Star não era mais visto como um calçado adequado para o basquete.
11 – Em 1958 o já bem-sucedido empresário Onitsuka decidiu dar 70% da empresa para os empregados, dividindo o montante em parte iguais. No mesmo ano ele lançou o tênis Onitsuka Tiger, maior sucesso da marca até então.
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Para quem gostam de viajar, o blog Viaja Logo! publicou essa semana boas matérias sobre o assunto. Pedro Schmaus publicou um roteiro para Curitiba durante a Semana Santa, saindo bem barato para quem parte de São Paulo. Escreveu também duas partes de sua narrativa sobre Lima, capital do Peru. Traduziu uma lista muito polêmica publicada no exterior, a qual indica quais são as 10 piores cidades do mundo para um turista visitar. Há também a lista das 10 melhores cidades, retirada de outro blog estrangeiro.
Aproveitem!
