RED BULL – Áustria. Energético. 1987.
Viajar é um modo excelente de gastar seu dinheiro. Conhecer novos lugares, novos costumes, pratos diferentes. Tudo isso enriquece sua vivência e aumenta seu conhecimento sobre o mundo. Para alguns, uma viagem pode significar uma mudança para a vida toda. O austríaco Dietrich Mateschitz passou por isso quando visitou a Tailândia no início da década de 80. Andando nas ruas movimentadas de Bangkok em plena madrugada, ele resolveu pegar um táxi para encurtar o caminho. Não se sentia bem, o fuso horário embaralhava sua mente. Sentia sono de dia, ficava desperto de noite. Sentou-se na parte de trás do carro, indicou o caminho do hotel e passou a olhar as ruas distraidamente. De repente notou que o motorista bebia algo num copo, entre uma curva e outra. O cheiro era bom, ele então pediu para experimentar. O gosto não era lá essas coisas, porém era interessante a função do líquido: manter os taxistas acordados durante o turno da noite. “Como se chama isso”, perguntou o austríaco. O motorista respondeu prontamente, “chama-se krating daeng”.
Mateschitz comprou uma garrafa para ele e tomou tudo. A indisposição causada pelo jet lag passou rapidinho. Foi então que ele viu o potencial da receita tailandesa.
Depois de algumas pesquisas junto à fábrica do krating daeng, Mateschitz teve acesso à composição da bebida e a trouxe para a Europa. Alterou e incluiu algumas substâncias novas, de modo a adaptar a cor e o sabor ao gosto ocidental. Finalmente, em 1987, passou a comercializá-la, associando-a ao conceito de enérgico. Foi essa a grande sacada de Mateschitz, introduzir a idéia de uma bebida que seria capaz de dar ao consumir mais disposição. Ou simplesmente deixá-lo acordado devido a doses cavalares de cafeína.
Na hora de escolher o nome do produto, basicamente ele traduziu a expressão krating daeng do tailandês para o inglês, surgindo assim a marca Red Bull (touro vermelho).
Curiosidades de Sobremesa
1 – Provavelmente o nome original da bebida se refere a seus efeitos energéticos, deixando quem a consome, numa analogia figurativa, parecido com um touro bem motivado, vermelho de tanta disposição.
2 – A bebida virou moda na Europa, principalmente associada à vodka. Aqui o pessoal prefere no uísque.
3 – “Red Bull te dá asas”, primeiro e mais marcante slogan da marca, procurava expressar o potencial energético do produto.
4 – A empresa patrocina atualmente uma equipe da Fórmula 1 e promove diversos concursos e campeonatos interessantes. Um deles é o Red Bull FlugTag. Nessa competição os participantes devem construir, digamos, um avião caseiro. Depois eles pulam de uma plataforma e quem for mais longe ganha.
5 – Outro campeonato ótimo, criado por eles, é o Red Bull Air Race. Aviões pequenos fazem manobras rápidas em um circuito com obstáculos. Os dois eventos são ótimas formas de gerar mídia espontânea para a marca e certamente saem mais baratos que fazer propaganda direta.
6 – Prova da sensibilidade publicitária de Mateschitz é uma de suas frases mais conhecidas: Nós não trazemos o produto para as pessoas. Nós trazemos as pessoas para o produto. Nós fazemos assim e as pessoas que gostam do nosso estilo nos seguem.
C&A – Holanda. Vestuário. 1841.
Todo mundo já comprou uma roupinha da C&A. O cartão deles é bem fácil de conseguir, as roupas tem um preço coerente e divide tudo em dez vezes sem juros. Uma tentação, não é verdade? Por isso mesmo a loja vive cheia desde que os irmãos Clemens e August Brenninkmeyer se uniram para iniciar o empreendimento. Batizando a empresa com suas iniciais (C e A), a família dos dois já atuavam no ramo de tecidos há cerca de 200 anos.
Vendiam os panos inteiros aos clientes, como era tradição naqueles tempos. No entanto, os “manos” acharam por bem mudar um pouco as coisas e resolveram vender roupas já prontas. Isso não era comum em meados do século XIX, as pessoas preferiam comprar os panos e mandar costurar em algum lugar. A idéia de ter roupas com tamanhos padronizados ainda parecia absurda.
Porém, a história mostra que os irmãos estavam certos em seu pioneirismo. Oferecer aos clientes roupas desse jeito tornou a C&A uma empresa multibilionária, com filiais espalhadas por todo o Ocidente.
Curiosidades de Sobremesa
1 – A C&A chegou ao Brasil apenas em 1976, quando foi inaugurada a loja que fica no Shopping Ibirapuera, em São Paulo.
2 – A marca ficou muito conhecida por meio de suas publicidades com Sebastian, aquele cara meio dançarino meio comediante, com uma careca brilhosa. Bem sabem os mais antigos que o Sebastian gritava assim nas propagandas: “abuse e use C&A”.
3 – Apesar de terem aberto sua loja na Holanda, Clemens e August Brenninkmeyer nasceram e cresceram na Alemanha.
4 – Pense em como seria absurdo para o consumidor contemporâneo ter que mandar fazer todas as suas roupas em vez de comprá-las já prontas.
KYOCERA – Japão. Eletrônicos. 1959.
Essa é a história de 28 amigos que viviam em Kyoto, Japão. Decididos a ganhar dinheiro, eles abriram em 1959 uma pequena fábrica de componentes feitos de cerâmica, peças a serem usadas em parte de componentes eletrônicos. Batizaram o negócio de Kyocera, acrônimo formado pelo nome completo da companhia, Kyoto Ceramic.
O primeiro produto foi um cano cerâmico em forma de U, para ser usado nos tubos de televisores. Realmente eles começaram com o pé direito e conseguiram bastante retorno comercial, incluindo exportações para todas as partes do mundo.
Como o segredo para não ter dificuldades é variar o mercado, em 1983 eles passaram a transformar o dinheiro que entrava por causa da cerâmica em capital para investir no então crescente segmento de eletrônicos. A estratégia deu tão certo que em apenas um ano a Kyocera Eletronics comprou uma de suas concorrentes, a gigante Yashica. Atualmente a companhia é uma das mais conceituadas do mundo, apesar da sua pouca presença no Brasil.
Curiosidades de Sobremesa
1 – A Kyocera fabrica celulares, impressoras, câmeras digitais, utensílios de cozinhas, placas solares, televisores, entre outros. Continua fabricando cerâmica também.
2 – Por aqui as câmeras digitais são os mais conhecidos produtos da marca.
3 – Chama atenção a tipo de administração da companhia. Ao contrário das outras, as decisões das gerências regionais quase não sofrem interferências da chefia central. Essa característica ajuda a perceber melhor os perfis dos mercados locais.
4 – O logotipo da empresa é formado por um pequeno símbolo em vermelho, o qual representa a letra K envolvendo a letra C, iniciais do nome da companhia.
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