TAM, CVC e Blue Tree

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Olá pessoal!

Gostaria da atenção de vocês durante 15 segundos. Faço um pequeno comunicado aqui hoje sobre o novo blog do Pedro Schmaus, lembram dele? Ele escreveu aqui no S&H sobre uma viagem que fez a Cuzco e Machu Pichu, no Peru. Agora com espaço próprio, ele inaugurou o blog Viaja Logo!, que vai falar sobre suas viagens e dar dicas de turismo. O primeiro post fala de como viajar para Florianópolis gastando pouca grana, agora no feriado da Semana Santa. Pelo que eu li, seguindo as instruções, você só precisa gastar R$ 43,00 em março para garantir a viagem. Tem ainda o relato da visita que ele fez à Lima e outros destinos já visitados na América do Sul, tudo narrado com posts diários a partir de hoje. Darei essa força para ele aqui no DM, espero que as informações sejam úteis para todos vocês. Afinal, viajar é bem legal, não é mesmo? Até entrando no ritmo, a coluna de hoje fala sobre três marcas relacionadas ao turismo: uma empresa aérea, uma agência de viagens e uma rede de hotéis.

Visitem: http://viajalogo.zip.net

Um grande abraço!

Eduardo Nicholas

TAM – Brasil. Empresa aérea. 1961.

É preciso admirar os homens e as mulheres que transformam uma pequena empresa num império financeiro. Todos nós sabemos o quanto é difícil ganhar dinheiro, todo o trabalho que é necessário para construir nosso patrimônio.

Assim também foi o caso de Rolim Adolfo Amaro, um paulista determinado a realizar seu sonho de pilotar aviões. Com 18 anos ele aluga um quarto em Catanduva e começa um curso de pilotagem. Sem grana, ele fazia de tudo no Aeroclube da cidade para conseguir pagar seus estudos. Pedia para viajar junto com outros pilotos, ia somando horas de vôo até conseguir finalmente seu brevê.

Até aí Rolim pensava que a melhor coisa que poderia ser na vida era piloto de avião. No entanto, estava enganado. Seu talento real residia na sua enorme capacidade de empreender.

Depois de passar um tempo trabalhando como instrutor de vôo, ele conseguiu um emprego de piloto numa companhia chamada Táxi Aéreo Marília. Fundada por um grupo de pilotos, a TAM fazia rotas regulares ligando São Paulo a algumas cidades do Paraná. Alguns anos depois, a TAM foi comprada por um grupo empresarial maior, inaugurando vôos para a região amazônica. Rolim então foi designado para pilotar naquela área, tornando-se um grande conhecedor das rotas locais. No entanto, depois de receber uma boa proposta da Vasp, acabou abandonando a TAM.

Porém as ambições de Rolim eram maiores. Com alguma grana no bolso, pediu demissão e conseguiu um empréstimo no banco para comprar um avião Cessna 170. Voltou para a Amazônia e passou a transportar de tudo, incluindo passageiros. Por causa da carência de vôos regulares na amaro1região, Amaro rapidamente começou a fazer dinheiro. Dois anos após comprar a primeira aeronave, já tinha comprado dez monomotores e construído uma empresa sólida chamada Araguaia Transportes Aéreos.

Acredite ou não, até esse ponto a empresa de Rolim não era formalizada. Sem qualquer fiscalização, ele ficou voando sobre a floresta sem problemas. No entanto a vida lá era difícil, as pessoas de sua família pegavam malária, tendo Rolim ficado doente sete vezes. Por causa disso resolveu mudar para o Goiás em busca de uma qualidade de vida melhor e decidido a legalizar a companhia.

Devidamente formalizada, a ATA continuou a crescer. Em determinado ponto a empresa se associou à Táxi Aéreo Marília, antiga empregadora de Rolim. Em mais alguns meses outra companhia entrou no negócio também. Nesse ponto Amaro decidiu investir somente no transporte de passageiros e parar com cargas.

Criava-se a TAM Linhas Aéreas Regionais, mais tarde comprada dos outros sócios por Rolim. Em 1988 a empresa já tinha força, tanto que fez oferta para comprar uma parte da Vasp. A jogada não deu certo, então entrou em cena o plano B. Amaro vendeu todos os seus aviões e deu entrada em duas aeronaves do modelo Fokker 100, até então o avião mais moderno a voar no Brasil. O equipamento excelente, as inovadoras rotas e o bom atendimento proporcionaram à agora chamada TAM Linhas Aéreas uma ascensão meteórica, atingindo seu ápice em meados dos anos 90. Dali para frente se tornaria a maior empresa aérea do país.

Curiosidades de Sobremesa

1 – Dizem que quando começou a trabalhar na Amazônia, Rolim colocava mais passageiros que o permitido nas aeronaves. Ele justificava essa atitude dizendo que o peso estimado para cada passageiro era baseado no biótipo europeu, segundo ele um biótipo mais pesado. Por transportar pessoas do norte do Brasil, mais magras, ele poderia colocar mais gente na aeronave. Se isso é verdade ou não, impossível saber. O caso é que nunca um avião da Araguaia Transportes Aéreos caiu por causa de excesso de peso.

2 – Rolim fez seu primeiro vôo solo tendo estudado apenas 9 horas.

3 – Quando foi formalizar a ATA, Rolim foi acusado de manter uma empresa de táxi aéreo ilegal. Respondeu categoricamente: é ilegal para vocês que estão aqui na cidade. Para as pessoas sem qualquer transporte na Amazônia eu sou a solução.

4 – Em 1989 Rolim deu entrada para comprar seus dois primeiros Fokker 100. Na mesma época o Brasil vivia suas primeiras eleições diretas após anos de ditadura, com dois candidatos no segundo turno, Lula e Collor. Com medo de Lula ferrar a economia brasileira, o presidente do banco que ia financiar a compra dos aviões ligou para a Rolim e disse: se o barbudo ganhar, o negócio está cancelado.

5 – A TAM Linhas Aéreas teve dois acidentes marcantes, um em 1996 quando um Fokker 100 caiu em São Paulo e outro quando um Airbus A320 passou direto na pista de Congonhas, indo parar dentro de um prédio da própria TAM. Esse último foi o pior acidente aéreo do Brasil.

6 – Em 2001 a trajetória do Comandante Rolim acabou quando um helicóptero pilotado por ele caiu numa fazenda do Paraguai.

CVC – Brasil. Agência de Viagens. 1972.

cvcNa década de 70 um ex-agente de viagens e um deputado abriram uma pequena empresa de turismo. Eram eles respectivamente os senhores Guilherme Paulus e Carlos Vicente Cerchiari, sendo o segundo o motivo da sigla CVC. Apenas dois anos depois Paulus assumiu a companhia, comprando a parte do sócio.

Naquela época viajar era algo luxuoso para os brasileiros. Pensando nisso, Paulus pensou em criar pacotes mais em conta, voltados para grupos com muitas pessoas. Com sede no ABC paulista, a empresa passou a atuar junto aos sindicatos e associações, oferecendo roteiros rodoviários para os empregados de empresas automobilísticas.

Para estimular os clientes, a CVC parcelava os pacotes em várias vezes. Assim todo mundo podia viajar.

Já na década de 80 inauguraram viagens aéreas e passaram a vender para outros tipos de consumidores. O crescimento foi tamanho que a companhia já fretava seus próprios vôos. Na década de 90 surgem os primeiros destinos internacionais. No início do século XXI firma-se como a maior empresa de turismo do Brasil, contando com 60% do mercado interno, décima maior agência do mundo.

Curiosidades de Sobremesa

1 – Um dos símbolos da CVC é a famosa bolsa de viagem, oferecida gratuitamente aos clientes.

2 – O destino nacional mais vendido pela CVC é Porto Seguro, na Bahia. O destino internacional é Buenos Aires.

3 – A CVC é dona da Webjet.

4 – Em 2010 a empresa pretende atingir a marca de 15 milhões de clientes desde sua fundação.

BLUE TREE – Brasil. Hotéis. 1997.

Uma empresa nova, porém com crescimento vertiginoso. Tudo graças a uma mulher chamada Chieko Aoki. Nascida no Japão mas brasileira de criação, Aoki (árvore azul, em japonês) é uma advogada formada pela USP e com diversas pós-graduações em administração e hotelaria em outros países.

aoki1Em 1982 ela foi chamada para cuidar do Marketing do hotel Caesar Park São Paulo. Determinada e inteligente, ela rapidamente ascendeu ao cargo de presidente mundial da Caesar Park Hotels & Resorts. Alguns anos depois, em 1997, Aoki pegou toda sua experiência no setor e inaugurou o primeiro hotel com a marca Blue Tree, seu sobrenome traduzido para o inglês.

1 – A Blue Tree possui atualmente cerca de 30 hotéis.

2 – Existem várias categorias de hotéis Blue Tree. São eles: Blue Tree Park (resorts e hotéis de categoria luxo), Blue Tree Premium (hotéis de categoria alto padrão com serviços executivos), Blue Tree Towers (hotéis de categoria superior especializados no segmento business) e Blue Tree Hotels (hotéis chiques, interessantes e modernos dentro do conceito “home feeling”).

3 – A idéia de Aoki era oferecer luxo ou algo mais simples, de acordo com a categoria do hotel. De qualquer forma, ela sempre fez questão de criar um atendimento diferenciado, criando um ambiente tão confortável quanto a casa do cliente. Segundo ela, a inspiração para esse princípio veio de uma frase de Madre Tereza de Calcutá: Não deixe jamais que alguém que veio até você vá embora sem ter se sentido melhor do que quando chegou. Cada um de nós pode fazer com que uma pessoa se sinta feliz.