A cordilheira do Himalaia, a mais alta cadeia de montanhas do planeta, flagrada da Estação Espacial Internacional pelo astronauta André Kuipers.
Desse distante ponto de observação, percebemos como a tênue camada daquilo que chamamos de atmosfera, ou todo o ar que respiramos, deixa exposta a cadeia de montanhas com centenas de picos com mais de sete quilômetros de altitude. Ainda há ar por lá, mas um ar tão ralo que não pode abrigar cidades humanas permanentes. Ninguém mora no teto do mundo, ele é apenas visitado. O topo do mundo está descoberto e desabitado.
Apreciar esse flagrante do teto do mundo pode se tornar mais profundo se lembrarmos que mesmo o ponto mais alto de todos, o ápice do Monte Everest, com seus 8.846 metros, representa menos de um milésimo do diâmetro do planeta. Pinte uma bola de bilhar com uma fina mão de tinta, e esta mão de tinta terá o dobro da altura do Everest — se a bola de bilhar fosse do tamanho da Terra.
O cobertor da pequena mistura de atmosfera presa à gravidade terrestre que mantém uma frágil e instável quantidade de umidade representa tudo aquilo que consideramos como o mundo em que vivemos. Uma mão de tinta em uma bola de bilhar tem o dobro da espessura desta fina camada de mundo.