Gostamos tanto da ideia de “XX impressões de um brasileiro em algum outro país do mundo” que resolvi entrar em contato com alguns amigos que moram fora do Brasil para pedir novas contribuições.
Notei que os dois posts anteriores, sobre um francês no Brasil e um brasileiro na França, acabou gerando um certa polêmica. Gente se doendo, e até se ofendendo, por besteira. Menos pessoal, seria uma grande prova de inteligência saber levar isso como bom humor. Há aqueles ainda que gostam de contrariar e bate no peito dizendo “esse cara ta louco, aqui não é assim” ou “eu já tive em tal lugar e discordo totalmente. Não vi nada disso aqui”, importante ressaltar mais uma vez que as impressões é a visão particular de UMA pessoa. Impressões inclusive que podem mudar totalmente dependendo da região onde for morar. O francês Oliver se estivesse morando em Salvadora ou em Porta Alegre provavelmente teria feitos observações bem diferentes daquelas que fez por morar em BH.
Vamos às impressões do Fernando, que já contribui há algum tempo como Sedentário na sua coluna Hallo Leute! Fernando já mora a mais de 1 ano em Colônia, na Alemanha. Aguarde mais contribuições sobra a Irlanda, Inglaterra Japão e Itália.
Hallo Leute! Baseado nos posts do francês Olivier Teboul, que escreveu suas impressões sobre o Brasil, e do brasileiro Antonio Souza Neto, que escreveu as suas sobre a França, resolvi fazer também um post com um apanhado de curiosidades acentuadas entre a Alemanha e o país tupiniquim. Primeiro de tudo, quando me mudei para cá não tinha nenhum preconceito sobre o país. Conhecia apenas por documentários sobre a guerra e sobre o que aprendemos na escola, então minha única fonte de
comparação foi mesmo o Brasil e aos olhos de quem vê novidade em tudo. Após um ano vivendo por aqui formulei então 60 impressões sobre a Alemanha:
1. O que notei de cara, viajando entre norte, sul leste e oeste do país, foi a ‘regionalização’. O povo não é nacionalista (exceto quando o assunto é a seleção de futebol alemã), mas cada um acha que sua região é a mais bonita, que seu dialeto é o mais melódico e que seus castelos são os mais turísticos;
2. Toda cidade na Alemanha tem um castelo, mesmo que você consiga atravessar a cidade a pé em menos de uma hora e o castelo pareça uma kitnet da Av. Paulista;
3. Toda região e quase toda cidade tem uma fábrica de cerveja com marca própria e são todas ótimas, pelo menos as mais de 15 que provei até agora. Os alemães bebem cerveja em qualquer temperatura: Gelada, fria ou temperatura ambiente;
4. O que de longe mais impressiona, ainda mais para um brasileiro, é a regularidade dos alemães. Para eles os números do relógio entre os minutos redondos significam alguma coisa, então 13h47 é mesmo 13h47 e não 13h50 como é para os brasileiros;
5. A pontualidade também é um ponto forte. Se alguém marca de te encontrar às 18h21 a pessoa não chega nem um minuto antes nem um minuto depois e se acontece algum imprevisto ela sabe que provavelmente você tem um celular e que com certeza pode ser avisado do atraso;
6. Toda promessa é dívida, por isso se algum alemão te convidar para ir na casa dele, não espere que uma resposta como ‘vou sim, pode deixar’ seja aceita. Ele quer saber quando você poderá ir e qual será a programação. O mesmo vale se você combinar algum programa e ele aceitar, mesmo que a mãe dele morra ele aparecerá;
7. É comum levar um presente, mesmo que simbólico, para cada membro da casa quando se visita alguém;
8. Mas essa regularidade também tem seu lado ruim. Se alguma coisa sai fora do padrão, os alemães ficam meio perdidos e não sabem o que fazer. Experimente pedir Apfelsaft (suco de maçã) sendo que no cardápio só tem Apfelschorle (suco de maça misturado com água gaseificada), eles vão dizer que não tem e se você
explicar que é só não colocar a água com gás eles vão continuar dizendo que não tem;
9. O transporte público extrapola os limites de alcance. Você pode ir de trem para qualquer cidade e qualquer país que esteja em volta da Alemanha por preços mais baratos do que um voo doméstico, mas dependendo do percurso demora o dobro do tempo;
10. O que mais me intrigou sobre o transporte público foi a falta de cobrador e catraca inclusive nos ônibus. Tudo é prático e automatizado. Ou você tem um bilhete válido para o mês, seja de estudante ou comprado diretamente na empresa responsável pelo transporte, ou você compra em terminais de acesso que imprimem o bilhete avulso. Você pode imaginar que um monte de gente anda de graça então e imaginou certo, porém o risco é grande e caro. Uma passagem simples de um ponto ao outro da cidade custa por volta de 2,70 euros. A multa por ser pego sem bilhete por um fiscal é de 40 euros (aprendi isso na marra);
11. O transporte público também funciona de forma excelente (e é bem caro). Além de limpo e abundante (tem um ponto de parada em quase toda esquina) sempre chega no horário e quando não vai chegar, por qualquer motivo, há paineis eletrônicos em TODOS os pontos de parada (inclusive os de ônibus) que avisam
do atraso. Isso existe para evitar processos, o que nos leva ao próximo item;
12. O seu nariz é seu e o meu nariz é meu! Cada um aqui cuida da sua própria vida e se interferir minimamente na vida do outro você pode ser processado, seja porque olhou demais pela janela de alguém ou porque atravessou a rua fora da faixa na frente do filho dos outros e o pimpolho vai querer seguir seu
mau exemplo;
13. O governo, estado ou prefeitura também podem ser processados e na maioria das vezes perdem feio para o cidadão, por isso tudo funciona tão bem e é tão eficiente;
14. O que é de todos é de todos. Alguém com certeza chamará a polícia se você resolver chutar uma lata de lixo na rua, por nenhum mal que isso possa causar, pois o bem público é tratado como um bem de todos;
15. As bebidas mais comuns por aqui são, para os adultos, a cerveja e a Coca-Cola (que aqui é chamada de Cola). Para as crianças é a Apfelschorle (suco de maçã misturado com água gaseificada);
16. A comida mais comum, ao contrário do que muitos pensam, não é a salsicha ou salsichão. A famosa Wurst (salsicha literalmente) é um prato típico encontrado em todo o país e mais comum nos pontos turísticos, mas o que é mais consumido pelo cidadão comum no dia a dia são as carnes bovina e suína, além
claro da batata, seja ela como for;
17. Toda e qualquer picanha aqui é chamada de Picanha Argentina, não importa a sua origem;
18. Você encontra ciclovias em qualquer lugar e por toda a cidade. É possível fazer tudo de bicicleta, se você tiver fôlego e disposição para isso. Em locais públicos de grande movimento, como próximo a estações de trem, existem estacionamentos gratuitos para trancar sua bicicleta;
19. O pedestre vem sempre em primeiro lugar. As faixas de pedestre e passarelas são espalhadas por todas as ruas e avenidas dentro das cidades e o pedestre tem sempre a preferência haja o que houver;
20. O trânsito é o que move o país e a indústria. Alemão é apaixonado por carro e velocidade e suas estradas parecem uma pista de Fórmula 1 tanto na qualidade quanto nos carros que por ela circulam;
21. Quase que não existem motos e todas que existem são esportivas ou choppers sempre acima de 250 cc (não tem Honda CG);
22. Esse item é meio didático, mas interessante. Os limites de velocidade são claramente demarcados e são os mesmos para todo o país:
– Dentro das cidades:
– Área residencial 30 km/h;
– Vias de circulação (ruas e avenidas) 50 km/h;
– Autobahn (autoestrada):
– Faixa da direita só para caminhões e carros que vão sair da pista, 60 a 80 km/h;
– Faixa do meio para carros mais lentos ou com engate/reboque, 120 km/h;
– Faixa da esquerda só para carros, não possui limite (quanto seu carro aguentar você pode correr);
Porém, não é a estrada inteira que é assim. A maioria do percurso da pista é entre montanhas, florestas, vales ou plantações e segue esse padrão de limite, mas quando a pista cruza uma cidade ou algum ponto com fábricas próximas à pista, os limites passam a ser 120 km/h na pista da esquerda e pista central e 60 km/h na pista da direita;
23. Existem 12 tipos de carteira de motorista (que valem não só para a Alemanha, mas para todo país que faz parte da União Europeia) e são divididas em variações para as categorias A, B, C e D. (link para detalhes);
24. O sistema de multa é severo. Existem radares espalhados por todos os cantos, principalmente dentro das cidades, e o sistema de pontuação funciona assim: cada infração tem um tipo de pontuação diferente indo de 1 ponto até 15 pontos. Quando você recebe até 5 pontos em um mês, você deve ficar dois anos sem cometer mais nenhuma infração. Caso você cometa outras infrações após o primeiro mês os pontos começam a ser dobrados (se receber por exemplo uma infração de 3 pontos ela vai valer 6) e você terá de ficar cinco anos sem receber mais nenhuma infração. Caso receba mais infrações após o segundo mês e alcance 25 pontos e você pare em uma blitz, o carro e a carteira são recolhidos e você tem que pagar por uma ‘reciclagem’ tendo aulas de bom comportamento e direção por uma semana. Não existe a vida boa de passar os pontos para a carteira de outra pessoa;
25. Há uma diferença muito grande de comportamento entre as idades. As crianças geralmente são bem livres para fazer o que quiserem, mas respeitam os horários de escola, comer, dormir, etc. Os adolescentes são os enviados do demônio na Terra, parecem que são programados para não obedecer nada nem ninguém e vivem badernando, bebendo, brigando e quebrando regras. Já os adultos obedecem rigorosamente cada regra imposta, mesmo que seja reclamando;
26. Existe regra, costume e modos para tudo, alguns mais importantes e que fazem parte da lei, como não poder andar de bicicleta na rua ou na calçada, só na ciclovia, outros só por costume mesmo, como uma pessoa mais jovem dentro de uma empresa não poder ganhar mais que uma pessoa mais velha no mesmo cargo ou nível social;
27. Festas e feriados são quase que semanalmente comemorados. Todo dia é dia de alguma coisa e num país tão antigo sempre existe uma história interessante por trás da festividade. Variam muito também de região para região. No norte por exemplo, no dia de Karneval (parecido com o Carnaval brasileiro, só que com cultura e sem mulher pelada) algumas mulheres que trabalham na empresa colocam uma fantasia colorida e passam por todos os escritórios cortando a gravata de quem estiver usando uma, depois fazem um varal na entrada da empresa com todos os pedaços pendurados;
28. Cumprimente e seja cumprimentado por conhecidos. Os alemães possuem centenas de expressões, palavras e frases para interagir entre amigos e conhecidos. Só para dizer tchau por exemplo, eles possuem: Schuss, bye, auf wiedersehen, bis bald, ciao; e sempre vem acompanhado de um cumprimento adicional do tipo: schön Abend (tenha um bom início de noite), Schönes Wochenende (tenha um bom fim de semana), Schön Tag (tenha um bom dia), bis denn (até mais), e por aí vai;
29. Por outro lado, as pessoas que não se conhecem só falam uma com as outras se for extremamente necessário, tipo pedir informação, ou para brigar porque ficou incomodado. Então para conhecer gente nova, só se for em uma balada (o que mesmo assim não é garantia de que um estranho falará com você) ou indo a uma festa de um conhecido e sendo apresentado, ou então;
30. Não te conheço até que eu encha a cara. Geralmente não tem conversa com uma alemã que você não conheça, não importa onde vocês estejam, mas tudo se transforma após algumas doses de tequila e as mulheres alemãs se transformam em atrizes que saíram de um filme da Cicciolina que foi censurado em Amsterdã;
31. Tudo se pede por favor e se diz obrigado. Em lojas por exemplo os vendedores e caixas falam ‘de nada’ antes mesmo de você falar obrigado;
32. O que muita vezes é confundido com ‘frieza’ por estrangeiros não passa de uma racionalidade extrema. Ninguém é movido por emoção por aqui, tudo é calculado e racionalizado antes de ser executado;
33. Os alemães não entendem piada. Não que não tenham senso de humor, mas eles levam tudo a sério, mesmo que seja engraçado, e fazem previsões acerca disso. Por exemplo se você olhar para um Porsche e dizer que gostaria de ter um, o alemão já vai perguntar quanto você ganha, vai fazer os cálculos, levando em consideração seus gastos mensais, e te dará uma estimativa de quanto tempo você levará para ter aquele modelo específico (mais tarde lhe enviará algumas cotações de novos e usados que ele achou na internet);
34. Não está na época, então vamos construir. Tudo que eles precisam eles fazem. Se querem esquiar no verão, tem um prédio gigantesco com uma estação de esqui dentro. Se não tem praia na região, vão até um clube climatizado com areia e ondas artificiais;
35. O serviço público é eficiente. Todo servidor público aqui é extremamente preguiçoso, mas o seu modo de lidar com isso é totalmente diferente do Brasil. Eles resolvem tudo o mais rápido possível e não enrolam para não ficarem com aquilo na mão. No entanto, eles não dão entrada em nada se você não tiver toda a papelada correta (que as vezes parece ser no mínimo 53 páginas carimbadas e assinadas pela Angela Merkel e seus acessores);
36. A solidão é um mal da sociedade. O país é pequeno (cabem por volta de 23 Alemanhas dentro do Brasil), porém as regiões possuem muitas cidades e pouca população. Então a solidão afeta os mais velhos, que muitas vezes vivem sozinhos mesmo que suas famílias morem na mesma cidade. Quer conversar ou pedir informação quando estiver com bastante tempo, pergunte para algum idoso e perca (ou ganhe) algumas horas no seu dia;
37. Outra coisa impressionante e que é muito discrepante do Brasil se chama segurança. Absolutamente não existem furtos e assaltos e andar com o último gadget da moda no meio da rua ou nos trens/ônibus é a coisa mais comum do mundo;
38. Por ser um país tão seguro, a polícia e os bombeiros não tem muito o que fazer, então cada vez que acontece alguma coisa, um verdadeiro comboio antiterrorista é chamado. Outro dia perto do escritório, onde tem uma Schule (equivalente ao nosso Ensino Médio) entrou um maluco com uma arma fazendo uma criança de refém e pedindo dinheiro. Mais de 60 carros de polícia (eu contei) entre ônibus lotados com tropa de choque e uns 12 carros de bombeiros vieram atender o chamado;
39. O estrangeiro é respeitado não importa a classe social. É claro que o racismo existe, principalmente de alguns adolescentes (mas o demônio os enviou para isso, não) e por parte de algumas pessoas de muita idade que participaram ou tiveram pais que participaram da Segunda Guerra, mas não percebi nem mais nem menos do que em outros países, principalmente em cidades minúsculas, onde todo mundo foi bem receptivo, e em cidades grandes, onde existem muitos estudantes estrangeiros;
40. O nazismo não é um tabu, mas a população em geral sente vergonha dessa fase da história. Pode se falar sobre o assunto, desde que não se faça apologia (aí já é crime) que ninguém irá te olhar feio;
41. Os homens são absurdamente retraídos e as mulheres tímidas. Para que um casal alemão fique junto ou são amigos de longa data (infância ou escola) ou se uniram depois de uma certa idade, geralmente após os 40. Nessa parte os brasileiros saem ganhando, pois um pouco de iniciativa já se destaca no meio da multidão;
42. A igualdade social aqui é bem clara, mas a liberdade também. Os mendigos que você vê pela rua, que são escassos, escolheram essa vida e mais, possuem casa e ajuda do governo. O ‘Bolsa Família’ daqui dá uma pensão de cerca de 500 Euros por mês e existem apartamentos simples com aluguel de 200 euros mensais;
43. Todos as casas, apartamentos e edifícios possuem, sem exceção, algum tipo de aquecedor;
44. Os salários aqui são calculados por hora e por Manntag (algo como dias úteis);
45. A saúde é mais importante que o trabalho. As licenças por doença aqui podem ser tiradas por uma ou duas semanas, dependendo da doença, e não são descontadas do salário;
46. Impostos para que te quero. Para tudo você paga imposto, para qualquer produto ou serviço comprado, para a TV (que aliás é obrigatório mesmo que você não possua aparelho, pois todas os canais nacionais são públicos e subsidiados pelo governo) e até para o lixo que é recolhido;
47. O lixo deve ser separado para reciclagem com risco de pagar multa para os infratores e certos tipos de materiais, como móveis e objetos que não cabem dentro das caixas de lixo padrão, devem ser levados em locais apropriados reservados para despejo na cidade;
48. Os hospitais públicos estão no nível dos hospitais particulares (isso quando não são melhores) e todo residente, seja alemão ou estrangeiro, tem que pagar uma taxa de seguro-saúde para o governo, ou optar por um plano particular bem mais caro;
49. Existe variedade de produtos nacionais razoável (os importados quase não são vistos), mas existe uma concorrência bem saudável tendo preços e gostos para todo o tipo de bolso;
50. Não existe 10% em bares e restaurantes. O cliente é quem deve dar a gorjeta de acordo com o atendimento e se não for bem atendido (coisa bem rara, mas acontece) é totalmente aceitável e correto não dar gorjeta nenhuma;
51. Praticidade e realidade caminham juntas por aqui. Tudo é muito direto e natural o que algumas vezes é bom, como não ter receio de falar para alguém o que se está pensando, em outros momentos é ruim, como ninguém ligar para uma pessoa que está fedendo porque é calor e as pessoas suam e é normal;
52. Como expressão do item anterior, aqui não existem filas, ou pelo menos elas não são quilométricas como no Brasil. Nos caixas, principalmente de supermercado, eles deixam apenas um aberto, se juntam mais de 5 pessoas na fila automaticamente um funcionário vem e abre outro caixa e assim sucessivamente;
53. Qualquer coisa pode ser comprada pela internet ou em terminais de compra, então não tem porque esperar em uma fila e se por algum motivo a coisa não funciona entra em prática a parte de não ter receio em falar. O povo na fila começa a reclamar, não resmungando e lamentando a vida um para o outro, mas sim indo até o caixa aberto ou gerente e EXIGINDO que outro caixa seja aberto, com o risco de largar as compras ali mesmo e ir para o estabelecimento do lado que vende a mesma coisa;
54. Dá pra comprar pão ou bala com cartão de crédito/débito;
55. E falando em pão, as Bäckerei (ou padocas) são verdadeiros espetáculos de cor e sabores. Existem pães de todos os tipo e tamanhos com variados recheios e coberturas e cada um tem seu nome específico difícil de aprender;
56. As operadoras aqui disputam por qualidade e não por preço e incompetência. Meu 3G funciona até dentro do trem em um túnel há 50 metros de profundidade;
57. Um mistério é que toda residência possui uma banheira no banheiro, mesmo que ela seja pequena e não caiba um adulto sentado, e ninguém soube me explicar o porquê;
58. As estações do ano aqui são muito bem definidas e se percebe claramente cada uma. No primeiro dia de inverno a temperatura já começa a cair bastante, no primeiro dia de primavera já começam a brotar flores, no primeiro dia de verão já dá para pensar em praia (só pensar mesmo, as praias daqui são longe e horríveis) e no primeiro dia de outono as ruas já estão cheias de folhas;
59. Tirando os adolescentes (filhos do tinhoso) ninguém liga muito para marca de roupa ou restaurante chique porque todas as marcas de grife e restaurantes chique tem preços normais para a economia local;
60. Finalmente, mas ainda sem que o assunto tenha se esgotado, a língua é um fator muito importante, tanto que nenhum alemão que conheci tem nome ‘estrangeirizado’ e a facilitação para se aprender a língua (e boa vontade para os que estão aprendendo) é imensa. Isso se dá por conta da dificuldade de criação do idioma nas épocas em que por aqui só existia a Germânia e as regiões divididas, mas isso é papo para uma outra hora.
Se faltou algum tema específico que tenham curiosidade podem avisar que eu respondo nos comentários, se for realmente interessante pode até virar um vídeo do Hallo Leute!