Lembra daquele seu amigo burro do Ensino Médio? Aquele que só conversava de um assunto e odiava todas as matérias? Aposto que hoje ele adora compartilhar opiniões no Facebook. Aborda temas políticos, criminologia, porte de armas, aborto, feminismo, comunismo – enfim – a própria enciclopédia Barsa comentada. O que aconteceu com aquele singelo ignorante do passado? Ele passou a acessar a Internet.
Lá encontrou uma porrada de textos curtos com explicações rasas sobre tudo que existe. “Por que diabos complicaram tanto na escola se esse blog me ensinou o que é capitalismo em 30 linhas?”, ele se pergunta orgulhoso das noções recém adquiridas. Continua burro, mas agora iludido pela (des)informação. Sua falta de senso crítico o impede de notar que as grandes questões requerem um pouco mais de esforço intelectual, algo que ele sempre se mostrou incapaz de fazer.
O pior é que esse cara logo se envaidece com o nível de conhecimento que julga ter adquirido. Olha-se no espelho e pensa: devo compartilhar com todos a sabedoria que adquiri lendo essas duas laudas. Vai para as redes sociais com suas sentenças prontas e arrebanha outras almas semelhantes, mais gente orgulhosa do próprio “saber”. Gente que reduz um problema complexo a uma frase de efeito.
Antes o idiota era passivo, mas a Internet o deixou cheio de si. O ser que surge desse contexto é o maior problema do século XXI. Em breve ele fará um grande mal à humanidade uma vez que nada é mais nocivo que um idiota com iniciativa.