Já não é novidade para ninguém que políticos no Brasil são imunes a escândalos, histórico de corrupção e tudo o mais que o possa desabonar para um cargo. Se já não bastasse a raposa, e notoriamente corrupto, Renan Calheiros ser eleito presidente do Senado, eis que agora um deputado pastor, autor de declarações racista, ser eleito presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Em 2001 Marcos Feliciano publicou declarações controversas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais: “Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome… Etc”, havia dito ele. Também já publicou na rede social que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição”. Sim, e este o homem que irá interceder pelas minorias em seu novo cargo.
O vídeo acima mostra o deputado pedindo a senha de um fiel que havia doado o seu cartão. Ele retruca: “É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre pra Deus e Deus não vai dar e vai falar que Deus é ruim.” Em outro momento um cadeirante doa R$1.000,00. O pastor deputado segue no seu empenho em conseguir doações em troca de bênçãos e graças, instigando os presentes a passaram cheques, mesmo que pré-datados. Em outro momento ele questiona que não veio nenhum carro como doação, e diz que na semana passado um fiel doou uma blazer no valor de 35 mil reais.
Outro ponto interessante é ele explicar a diferença entre ‘oferta’ e ‘sacrifício’ (doar aquilo que te fará muita falta), e conclui que a oferta com sacrifício é a que Jesus ama.
O Brasil é um país pródigo em peculiaridades, a maior delas o “Político Teflon”, nada cola nele. Em qualquer País sério um, apenas um, escândalo, ato de corrupção ou atitude não conveniente ao seu cargo é suficiente para prejudicar e até destruir a vida política de um parlamentar. Não no Brasil, onde nada cola, nada suja e nada afeta o político “teflon”.
A característica “teflon” dada aos políticos não foi cunhada por mim. Já foi citadas antes por outros jornalistas, sem ficar claro quem primeiro fez a ótima e oportuna comparação.