Ciência e astronomia são coisas fascinantes. Toda vez que você vê uma notícia que cientistas descobriram uma nuvem de água lá em lugares fora da Terra, como será que eles fazem isso? Descubra socando o dedo no PLAY!
Há 400 anos, observando o céu através da então nova invenção do telescópio, descobrimos que o planeta Saturno era rodeado por enormes anéis. Pois na semana passada a sonda espacial Cassini , nossa enviada robótica viajando além dos anéis de Saturno a mais de 1 bilhão de km de distância, observou a Terra de volta e capturou uma série de imagens inspiradoras.
Desse nosso vizinho no sistema solar todo nosso planeta é apenas um pálido ponto azul:
Os primeiros 20 segundos são de escuridão completa, mas os três minutos seguintes prometem que esta sequência à série original “Cosmos: Uma Viagem Pessoal” de Carl Sagan estará a par de um dos maiores marcos de popularização da ciência, com quase meio bilhão de espectadores em 60 países.
Apresentada pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson e produzida pela viúva de Sagan – e co-autora da série original – Ann Druyan, em conjunto com Seth MacFarlane, “Cosmos: Uma Odisséia Espaço-Temporal” deve estreiar nos EUA a partir de maio de 2014. [via Universo Racionalista]
No final de agosto algumas das mais impressionantes imagens de nosso Sol foram capturadas pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO) da NASA, enquanto um filamento de plasma superaquecido de mais de 300.000 quilômetros de tamanho se desprendeu do astro-rei, a milhares de quilômetros por segundo, estendendo-se rapidamente por milhões de quilômetros no espaço. Mais de 30 planetas Terra caberiam enfileirados ao longo do filamento, e isto quando ainda estava preso aos extremos campos eletromagnéticos do Sol.
Olhamos para o céu noturno e vemos milhares de pontos de luz. Nossos antepassados conectaram esses pontos e definiram as constelações adornando a abóbada celeste — como um grande teto curvo, com pequenos furos pelos quais a quintessência do além escorre. A visualização do céu número 1 criada por Santiago Ortiz ilustra de forma interativa essa visão do céu que hoje, com toda a poluição luminosa das cidades, dificilmente conseguimos ver.
Agora, a visualização do céu número 2, que você confere clicando na imagem acima, é fantástica. Ela representa a abóbada celeste vista do lado de fora, como uma esfera que nos envolve — você estaria lá no centro. O tamanho dos pontos cinzas é proporcional à magnitude, à intensidade aparente com que as estrelas brilham. As constelações são as ligações entre as estrelas próximas na abóbada celeste que os antigos imaginaram.
E então, no canto inferior esquerdo, clique em “absolute magnitude, actual positions” e prepare-se para um mindf*ck. A visualização passará a representar a verdadeira intensidade com que cada estrela brilha (quanto maior, mais brilhante), bem como a verdadeira posição e distância a que cada estrela se situa de nós. O que era uma esfera, uma abóbada, se torna uma dispersão quase caótica de pontos. E ela representa um espaço muito, muito mais vasto.
Você pode notar como as estrelas mais distantes são as mais luminosas? É por isso que elas aparentam estar tão próximas quanto aquelas mais tênues. E as ligações de pontos que aos nossos antepassados parecia natural porque eles pareciam próximos se revela como uma ilusão. Cada estrela que compõe cada constelação pode estar a muitos anos-luz daquela que parece, vista da Terra, estar logo ao seu lado.
As constelações são construções imaginárias humanas, e muito passageiras, porque a disposição tridimensional das estrelas ainda muda com o tempo — nenhuma estrela está fixa. Você pode entender melhor esta ilusão com a Constelação de Homer Simpson, mas a visualização de Ortiz e a forma interativa como pode alternar entre a esfera imaginária dos antigos e a realidade das verdadeiras distâncias astronômicas e diferenças extraordinárias no brilho das estrelas dá uma noção de como o Universo ao nosso redor pode superar nossa fantasia.
A cordilheira do Himalaia, a mais alta cadeia de montanhas do planeta, flagrada da Estação Espacial Internacional pelo astronauta André Kuipers.
Desse distante ponto de observação, percebemos como a tênue camada daquilo que chamamos de atmosfera, ou todo o ar que respiramos, deixa exposta a cadeia de montanhas com centenas de picos com mais de sete quilômetros de altitude. Ainda há ar por lá, mas um ar tão ralo que não pode abrigar cidades humanas permanentes. Ninguém mora no teto do mundo, ele é apenas visitado. O topo do mundo está descoberto e desabitado.
Apreciar esse flagrante do teto do mundo pode se tornar mais profundo se lembrarmos que mesmo o ponto mais alto de todos, o ápice do Monte Everest, com seus 8.846 metros, representa menos de um milésimo do diâmetro do planeta. Pinte uma bola de bilhar com uma fina mão de tinta, e esta mão de tinta terá o dobro da altura do Everest — se a bola de bilhar fosse do tamanho da Terra.
O cobertor da pequena mistura de atmosfera presa à gravidade terrestre que mantém uma frágil e instável quantidade de umidade representa tudo aquilo que consideramos como o mundo em que vivemos. Uma mão de tinta em uma bola de bilhar tem o dobro da espessura desta fina camada de mundo.
Aumente o volume, expanda a tela e assista em alta definição. É uma concepção artística do espaço em que vivemos, criada por Matthias Müller.
O aspecto filamentar de algumas das estruturas, como se fossem novelos de algodão, reflete os superaglomerados de galáxias, as maiores estruturas no Universo conhecido. São estruturas tão imensas que mesmo galáxias inteiras, cada uma delas com centenas de bilhões de estrelas, formam tênues pontos.
Um cometa descoberto pelo astrônomo amador Terry Lovejoy no último novembro — o terceiro cometa encontrado por ele de seu quintal! — tem oferecido alguns dos mais surpreendentes espetáculos em um bom tempo. Com ao redor de 500 metros de diâmetro, o cometa Lovejoy sobreviveu a uma aproximação ao Sol e pouco antes do Natal foi capturado da Estação Especial Internacional.
No vídeo acima, você vê o céu noturno do planeta a 300 km de altitude no espaço. Os lampejos são relâmpagos de tempestades, e então, pouco antes de cruzar a linha do alvorecer, surge o cometa com suas duas longas caudas. Apesar das aparências ele não está mergulhando em direção à Terra, muito longe disso, apenas o ângulo das imagens o coloca nessa posição. Continue para um vídeo capturado do observatório de Paranal, no deserto do Chile, com ainda mais detalhes deste sinal astronômico que não revela mais profecias ou maus augúrios, mas apenas conhecimento sobre um corpo distante do sistema solar fazendo uma rápida visita e nos lembrando como há um Universo infinito de surpresas a apreciar.