Você sabia que uma bolha de sabão também pode congelar? E se o congelamento for feito do jeito certo, você poderá ver um padrão hexagonal, de seis pontas, que tem como centro o ponto onde a bolha começou a congelar?
“Todo átomo em seu corpo veio de uma estrela que explodiu. E os átomos em sua mão esquerda provavelmente vieram de uma estrela diferente daqueles em sua mão direita. É realmente a coisa mais poética que conheço sobre a física: Vocês são todos poeira de estrelas. Não poderiam estar aqui se estrelas não tivessem explodido, porque os elementos – o carbono, nitrogênio, oxigênio, ferro e todas as coisas que importam para a evolução e a para a vida – não foram criados no início dos tempos. Eles foram criados nas fornalhas nucleares de estrelas, e a única forma deles formarem seu corpo é se essas estrelas forem gentis o bastante para explodir. (…) As estrelas morreram para que você estivesse aqui hoje”. — Lawrence M. Krauss, físico
Com roteiro de Jane Gregorio-Hetem (IAG/USP) e Annibal Hetem Jr. (UFABC), projeto gráfico e ilustrações de Marlon Tenório e financiamento pelo CNPq, essa animação bacana explica algo dessa poesia da realidade, através da origem do ferro.
Uma das mais famosas obras artísticas da Renascença é a Escola de Atenas, que representa boa parte dos maiores pensadores da Grécia Antiga em uma só imagem, com Platão e seu aluno Aristóteles discutindo ao centro. Estas duas grandes mentes realmente se encontraram, mas a maior parte dos pensadores clássicos representados no afresco não viveu ao mesmo tempo, e o encontro extraordinário de todas estas mentes brilhantes só pôde ser imaginado por Rafael. Quão incrível não seria uma conversa entre todos eles?
Pois no início do século 20, algumas das maiores mentes da História não só viveram ao mesmo tempo, como se reuniram para discutir uma das mais profundas revoluções científicas — e mesmo filosóficas. Em 1927, na quinta Conferência de Solvay, em Bruxelas, vinte e nove cientistas tentavam entender a incompreensível física quântica.
Entre eles, um certo físico alemão chamado Albert Einstein, que entre aquelas conversas acaloradas dispararia a famosa frase “Deus não Joga Dados“, contrariado pelas interpretações probabilísticas promovidas por luminares como Niels Bohr. Menos conhecida é a réplica de Bohr a Einstein, para “parar de dizer a Deus o que fazer“. A réplica bem como a intepretação de Bohr e seus colegas seria a vencedora naquela conferência e além, com boa parte dos maiores avanços científicos desde então, incluindo aqueles essenciais aos chips de computador e telas de nossos celulares e monitores.
Registrando esse encontro histórico, e ecoando a obra-prima de Rafael, estava essa fotografia que quase foi esquecida nos anos que se passaram, e agora foi colorizada pelo artista sueco Forri Farg, de pastincolor.com. Clique para ampliar.
Entre os 29 participantes, nada menos que 17 já eram ou ainda se tornariam ganhadores do Prêmio Nobel, incluindo a única mulher presente. Marie Sklodowska-Curie, vencedora de dois prêmios Nobel, e até hoje a única pessoa a ser reconhecida por dois prêmios Nobel em áreas científicas diferentes: física e química. Marie Curie, Like a Boss.
Da conversa extraordinária na reunião destas mentes foram revolucionados os fundamentos de conhecimento sobre o mundo que criaram tecnologia e prosperidade que desfrutamos até hoje. A composição da fotografia não é de longe tão refinada quanto a arte de Rafael — Einstein e Bohr dificilmente posariam com dados em uma cena dramática. Mas o detalhe muito relevante de que a fotografia captura uma reunião real em um momento decisivo na compreensão do Universo compensa um tanto essa falha.
Desde que anunciaram a possível descoberta do Bóson de Higgs a mídia não fala em outra coisa, “A particula de Deus”, o que é até irônico já que a religião e ciência muitas vezes são vistas como quase que opostos. Mas o fato é que ninguém parece saber explicar o que é essa tal particula e porque os ciêntistas do CERN queriam tanto “descobrí-la”. E eu me lembrei que há alguns anos quando o LHC ainda estava sendo construído eu vi essa apresentação no TED que explicava de forma bem didática o que é o tal Bóson de Higgs e seu papel para a teoria unificada da física.
Vale a pena ver o vídeo inteiro, mas ele começa a falar mesmo da partícula por volta de 3:30. Se a legenda não carregar automaticamente basta clicar no campo “35 languages” do player e selecionar “Portuguese, Brazilian”.
Annuntio vobis gaudium magnum. Habemus Higgs. Ou em português: Anuncio-vos uma grande alegria. Temos um Higgs.
Não foi bem assim que, hoje pela manhã, o diretor do CERN (o grande acelerador de partículas europeu) anunciou a confirmação de uma nova partícula que tem tudo para ser o tão sonhado Bóson de Higgs, mas eu aposto que se ele pudesse, era assim que teria feito. Afinal, o anúncio de hoje guarda semelhanças com o anúncio de um novo papa: ele virá com certeza e será positivo, mas ainda assim, a espera enche seus fiéis de expectativa, e o anúncio, de júbilo. Mas por quê?
Há vastos mundos em um grão de areia, e mundos ainda mais vastos do que alcançam nossos olhos no céu. Da espuma quântica nas menores escalas já definidas pela física de partículas, até o infinito além do Universo observável, espere a animação interativa carregar, clique em “Start” e arraste a barra inferior para navegar pela complexidade crescente explorada pelo conhecimento.
Embasbacar-se com a pluralidade de micro e macromundos ultrapassando aquilo que vivenciamos no cotidiano já é algo. Mas há algo ainda mais surpreendente em explorar as escalas do Universo.
Preste atenção e note que a escala humana, com aqueles objetos que estamos acostumados a ver e manipular no dia-a-dia, se situa aproximadamente na metade de todas as escalas conhecidas do Cosmos. Isto é, a física quântica define a menor escala da física elementar como o comprimento de Planck, ao redor de 10-35 metros. Já a cosmologia define a maior escala do Universo observável como um diâmetro em torno de 100 bilhões de anos-luz, ou 1027 metros. São ao redor de 60 Potências de Dez, e nós estamos aproximadamente em seu meio.
A ciência nos mostra que não estamos no centro do Universo, e que afinal, o Universo não possui um centro. E no entanto a mesma ciência nos mostra que estamos ao redor do centro das escalas de comprimento onde todos os fenômenos acontecem. [via APOD, Glashow’s Ourobouros]
Lembra das “molas malucas” que desciam escadas sozinhas? Pois o físico Rod Cross demonstra algo um tanto mais bacana que elas podem fazer.
Se você segurar o topo de uma mola maluca, deixando que ela se estenda, e então soltá-la, o que acontece? Ela cai, certo? Certo.
Mas preste atenção na parte inferior da mola, que no vídeo acima ainda segura uma bola de tênis.
Como o Coiote até perceber que já passou pelo precipício, a bola fica estática no ar! A gravidade deixou de agir sobre ela? A explicação, na continuação.
Uma garrafa cheia de vapor de álcool + fósforo = ciência! Como fazer a sua, entender o que está acontecendo e ir do “uôu” para motores a jato, bombas voadoras, morte por ondas sonoras e mesmo espíritos, na continuação.