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Descubra a diferença entre ser original ou apenas mais um na multidão

Nunca me esquecerei do dia em que superei a timidez e lasquei um beijo, na frente de todo mundo, em uma das garotas mais lindas da festa. Hoje muitos podem pensar “grandes merda, faço isso em toda balada que eu vou”. Ok! Pra você pode ser simples e fácil assim, mas para um adolescente que levava mais fora do que tudo, tomar aquela iniciativa era mais do que um ato de coragem, era um grande ato de superação.

Década de 90, eu nos meus frustrante e cambaleantes 16 anos, tímido e inseguro, era fissurado numa menina chamada Gloria (todos a chamavam de Glorinha). Ela era sempre muito simpática e amável comigo, o que me deixava sempre na dúvida se aquilo era abertura para algo mais íntimo ou se era apenas amizade mesmo. Sabe como é, homem tem essa mania de achar que toda mulher simpática demais ta dando mole pra ele. Mas cadê a coragem para tirar a prova dos 9. Era só ele ficar perto de mim e eu me sentia um retardado de tão entorpecido que eu ficava na sua presença.

Num desses sábados teria festinha. Naquele tempo era comum os amigos fazerem cotas e dar festas em casa. Sempre tinha um amigo DJ (ou que se achava DJ), comprávamos bebidas, seleção de música dance e pronto, tínhamos uma puta de uma festa onde a azaração corria solta. A grande deixa para começar a agarração era quando o “DJ” colocava uma sequência de musicas ‘lenta’. Eu geralmente nestes momentos sempre segurava a parede da sala, ou seja, cruzava os braços, levantava um pé e encostava na parede para ela nao cair e garantir a segurança de todos no recinto.

Foi quando me bateu uma orgulho e coragem que eu não sabia de onde veio (nem bebendo eu tava), me dirigi até onde Glorinha estava conversando com umas amigas, linda num vestidinho rosa, a puxei para um beijo. Desse jeito mesmo, sem pedir licença, fui chegando e beijando, para espanto de todos em volta. Cara, não sei onde eu estava com a minha cabeça. Provavelmente fui motivado por uma outra amiga, que havia me dito semanas antes que “beijo bom não é dado, é roubado”. Maldita amiga.

O beijo foi como se as luzes todas estivessem se apagadas, o som parado, não ouvi nem vi mais nada. Depois de alguns segundos eu percebi que estava deitado no chão com monte de gente envolta, com a vista meio embaçada. Eu tinha levado um saco e desmaiado por alguns segundos. Comecei e me levantar e vi uma confusão ao lado: Um cara discutindo com a Glorinha, uns amigos meus querendo pegar o cara e um monte de gente pedindo “deixa disso”. Alguém me levantou e me levaram para cozinha para por gelo no meu olho direito. Já estava bem roxo em volta, meu olho vermelho e dolorido.

Perguntei da Glorinha e questionei porque ninguém me disse que ela estava namorando. Falaram que ela foi embora discutindo com o boxeador. Cheguei a pensar em ir embora, mas depois de tanto que os meus amigos ficaram me laureando pelo meu feito e curtindo com o barraco em que fui pivô, que preferi continuar na festa. Estava bem orgulhoso. Fui comentado na festa toda pela minha atitude.

O mais interessante depois daquele sábado é que eu fiquei mais autoconfiante e cara-de-pau. Consegui começar um namoro poucas semanas depois. Glorinha ficou um bom tempo sem falar comigo. Só voltou a conversar depois que terminou com o boxeador.

Existem maneiras mais simples de você se destacar em meio a todos. Não precisa fazer algo idiota e levar um soco na cara como aconteceu comigo. Veja o vídeo acima e perceba que um simples borrifar do perfume certo pode fazer toda a diferença.