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Tudo que você precisa saber sobre meteoros HOJE

Na madrugada de hoje (horário do Brasil) um meteorito caiu na região de Chelyabinsk, Rússia, cerca de 1500 km distante de Moscou. Há relatos de ferimentos causados principalmente por cacos de vidros das janelas quebradas por causa da onda de choque.

Os registros são impressionantes.

Esse é um tipo de evento em que uma onda de desinformação é uma merda um problema. Então, aqui está uma lista de respostas para perguntas que possivelmente alguém deve estar se fazendo agora.

Ainda há risco?

Para ter relação com o evento russo seria necessário algumas condições, como esse meteorito estar acompanhado de outros fragmentos. A principio não é o que aconteceu. Entretanto, o risco sempre existe.

Vi que um asteroide passará perto da Terra nessa sexta. Tem algo a ver com o meteorito russo?

É possível estimar uma possibilidade de órbita do meteorito russo baseado nas posições que as filmagens mostram. Essa seria um orbita diferente do asteroide próximo da Terra (chamado 2012 DA14). Também há uma diferença de tempo entre o horário do choque do meteorito, com a máxima aproximação do asteroide. Isso são indícios de que um não tem nada a ver com o outro.

Qual a diferença entre asteroide, meteorito e meteoro?

Semântica. Asteroide é uma pedra vagando pelo espaço. Meteoro é o efeito visual causado pelo contato dessa pedra com a atmosfera terrestre, e meteorito é o nome dado para a pedra depois que há o choque com o solo. Tomando o caso russo como exemplo, ele foi as três coisas. Um asteroide que entrou na atmosfera da Terra, foi filmado como meteoro, e agora é um meteorito.

Não são pedras, são aerolitos.

E cometas?

Cometas são parecidos com asteroides, mas compostos basicamente de gelo, o que faz com que ganhem a famosa cauda ao se aproximar do sol.

Qual era o tamanho dessa pedra? Desculpe, aerolito…

Isso ainda precisa ser calculado. Baseado em alguma possível cratera ou mesmo restos do meteorito.

Do que ela é feita?

Não dá pra saber sem ver ele primeiro. Mas asteroides em geral são divididos em grupos de composição, sendo a maior parte do tipo condrito. Rochas de silicatos.

Por que ninguém avisou que ele iria cair?

Asteroides são pequenos. Existem dois problemas para achar esse tipo de objeto. Eles refletem pouca luz e ocupam uma área pequena no céu. Os telescópios que procuram por esse tipo de objeto precisam varrer uma área grande, e isso (por questões de ótica) dificulta ver coisas pequenas que estejam longe.

Mas avisaram do asteroide…

O asteroide é provavelmente maior que o meteorito russo. Talvez tenha ainda um “golpe de sorte” dele ter passado pela área de varredura de um dos nossos telescópios. Mesmo assim, não faz nem um ano da sua descoberta.

Quem busca esse tipo de coisa?

Existem alguns programas ao redor do mundo que fazem a varredura do céu e mapeiam objetos próximos da Terra. Lincoln Near-Earth Asteroid Research, Catalina Sky Survey e Siding Spring Sky Survey são os programas de maior sucesso. São números que no total passam da casa dos 200 mil objetos. O Catalina, por exemplo, atinge uma taxa de aproximadamente 500 objetos próximos da Terra por ano.

E o Brasil?

O Brasil também possuí um programa de varredura de asteroides. É o IMPACTON.

Você pode garantir que o astroide não cairá?

Eu, particularmente, não. Mas os cálculos mostram isso, e podemos confiar neles.

Qual a frequência desse tipo de evento?

Asteroides pequenos caem todos os dias. A atmosfera acaba consumindo eles completamente antes que atinjam o solo. São as chamadas estrelas cadentes.

Asteroides de 4 metros caem em média uma vez por ano. Conforme o tamanho aumenta, mais raro de acontecer. Grandes asteroides muitas vezes associados com eventos de extinção em massa costumam aparecer em intervalos de milhões de anos.

Você pode me falar de algum caso recente?

Um caso recente e interessante é o meteorito 2008 TC3 que caiu no Sudão em 2008. Foi o primeiro que foi rastreado desde a determinação de sua orbita, até o local de queda. Os astrônomos puderam acompanhar seu trajeto passo a passo. Estimado em 80 toneladas e cerca de 5 metros de diâmetro o meteoro se desfragmentou durante a queda, resultando em cerca de 600 pedaços somando algo em torno de 10 kg.

Governos escondem informações a respeito de eventos astronômicos que podem por em risco a população?

Não que eu tenha como saber. Mas a maior parte desses dados são públicos, além de astrônomos amadores ao redor do mundo. Eventos como esses costumam se dividir entre aqueles que não temos como prever e aqueles que não temos como esconder. Governos talvez estejam interessados em saber de um potencial asteroide que destruirá a Terra, mas não penso que essa informação não fosse divulgada por alguém.

Esse evento tem algo a ver com a renúncia do Papa?

Não.

Esse evento tem algo a ver com alguma mensagem divina?

Não.

Esse evento tem algo a ver com Aliens?

Err…

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Esclarecimentos de Alan Mussoi, estudante de astrofísica. Tem mais perguntas? Tire suas dúvidas no blog Nightfall in Magrathea!

A Marreta Nuclear e a Engenharia para Humanos

É um conto russo bom demais para ser verdadeiro:

“Em 1980, quando um grupo de oficiais inspetores do Estado-Maior visitando o quartel-general das Forças de Mísseis Estratégicos perguntou ao general Georgy Novikov o que ele faria se recebesse a ordem de lançar mísseis mas o cofre contendo os códigos de lançamento falhasse em abrir, Novikov disse que ele ‘arrebentaria a tranca do cofre com a marreta’ que ele mantinha próxima”.

Talvez nenhum outro projeto de engenharia deva ser tão resistente a falhas, ao pior do que os mais impensáveis erros humanos possam provocar, do que o sistema que guarda códigos de lançamentos de mísseis nucleares. Se há algo que jamais pode falhar, é a engenharia do sistema de lançamento de mísseis nucleares.

E no entanto, os russos contam a história de que não só o general em comando no quartel-general da Força de Mísseis Estratégicos mantinha à mão uma marreta para arrebentar o cofre, como ao saber disso seus superiores decidiram que:

“No momento os inspetores criticaram severamente a resposta do general, mas o oficial superior do Estado-Maior disse que Novikov estaria agindo corretamente [ao recorrer à marreta para arrebentar o cofre]. Desde então, a marreta tem estado em serviço no quartel-general das Forças de Mísseis na cidade fechada de Vlasikha, na região de Moscou”.

A história lembra a fábula da caneta espacial – americanos teriam investido milhões para criar uma caneta que funcionasse em microgravidade, enquanto russos teriam solucionado a questão usando um simples lápis.

São excelentes histórias, mas seriam verdadeiras? O que a marreta nuclear pode dizer sobre o futuro da humanidade?

Na Rússia, Quadro-rotor Metralha Você

O canal FPS Russia, “Armas e Explosivos“, sempre foi épico em sua apresentação de armamento pesado indo direto ao ponto, e agora ele apresenta com toda sutileza russa a Skynet. Um quadro-rotor de controle remoto capaz de atingir 50km/h e 400m de altura em locais difíceis de atingir, equipado com uma câmera e, claro. UMA SUBMETRALHADORA.

O sistema ainda vem equipado com um botão de auto-destruição, para evitar que possa ser usado para o mal. Ou melhor, por outras pessoas que queiram fazer mal.